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quarta-feira, 20 de maio de 2020

No centenário de seu primeiro romance, Agatha Christie ganha novas traduções e tem interesse renovado - Bolívar Torres

Com adaptações recentes para cinema e TV, megaseller inglesa atrai diferentes gerações de leitores

Agatha Christie em 1946: com 2 bilhoes de livros vendidos, e a romancista de maior sucesso de todos os tempos
RIO — Em 1916, a inglesa Agatha Christie, então com 25 anos, abraçou um desafio: publicar um livro de mistério (e de sucesso) no qual o leitor não conseguisse identificar o assassino até o fim. Cem anos após o lançamento de “O misterioso caso de Styles”, de 1920, pode-se considerar a missão cumprida. Ao seu primeiro romance seguiram-se cerca de 80 tramas policiais, que venderam 2 bilhões de livros no mundo todo, fazendo dela a romancista mais lida de todos os tempos.

Se Agatha é uma mina de ouro, seus herdeiros sabem que precisam revitalizar a obra para mantê-la viva. Adaptações recentes para cinema (“Assassinato no Expresso do Oriente”, em 2017, e “Morte no Nilo”, que sai em outubro) e TV (“The ABC murders” e “O cavalo amarelo”) repaginam figuras como Hercule Poirot, Miss Marple e Harley Quin para o público jovem. No Brasil, mais edições e traduções da Globo Livros e da HarperCollins chegam às livrarias. Aqui, alíás, a Dama do Crime é sucesso: 2,5 milhões de exemplares vendidos nos últimos 5 anos.


— Definitivamente, está havendo um renascimento do interesse no trabalho de Agatha Christie — diz o britânico James Bernthal-Hooker, professor da Universidade de Cambridge e especialista na obra da autora. — Isso tem muito a ver com a nova onda de adaptações audiovisuais. Mas há também uma grande mudança na maneira como estamos lendo e falando sobre esses livros. Passamos a vê-los como romances e não “apenas” como entretenimento. Há um boom de estudos sobre ela nas universidades.

Teorias e fanfics

Esqueça o estereótipo do leitor de Agatha Christie: uma pessoa de idade lendo sobre crimes em uma cadeira de balanço. Pelo engajamento nas redes sociais e pela alta procura em eventos voltados para os mais jovens, como a Bienal do Livro, as editoras perceberam o seu apelo entre as novas gerações.

Em fanfics na internet, o público teen reinventa o universo da britânica, criando suas próprias teorias e conexões com cenários e personagens — incluindo, claro, o detetive Poirot, sua principal criação.

— Na nova versão do “Assassinato no Expresso do Oriente”, o Poirot do ator Kenneth Branagh é mais físico, luta, uma novidade — observa Caroline Chang, editora da L&PM, que viu sua edição do clássico quintuplicar as vendas após a estreia do filme. — Tudo isso ajuda a renovar o imaginário em torno da obra.



No Brasil, a Globo Livros publica o centenário "O misterioso caso de Styles" e lançou uma novoa tradução de "O assassinato no campo de golfe" em março Foto: Ana Branco / Agência O Globo

Daí a importância de novas edições, com projetos gráficos e traduções atualizadas. Em 2019, a Globo Livros lançou novas traduções de “M ou N” e do centenário “O misterioso caso de Styles”. Mês passado fez o mesmo para “Assassinato no campo de golfe”.

— Nossas edições contam com novo projeto gráfico voltado para o público mais jovem mas que, ao mesmo tempo, dialoga com o público adulto — diz Mauro Palermo, diretor da Globo Livros.

Gerente editorial da HarperCollins, Alice Mello concorda que os leitores da britânica abrangem uma amplitude geracional impressionante. Em fóruns de discussão, ela vê fãs de 13 anos trocando opiniões com os de mais de 60.

Em março, para marcar o centenário de carreira de Agatha, a editora iniciou uma renovação nos 80 títulos de seu catálogo. Só no último mês já saíram “Punição para a inocência”, “O Cavalo Amarelo”, “Um corpo na biblioteca” e “Assassinato no Expresso do Oriente”. A escolha de um jovem time de tradutores (a caçula Luisa Geisler tem 28 anos) não foi por acaso.

— Agatha conquista leitores que terão a obra dela como companhia por uma vida inteira — diz Alice.

O Poirot brasileiro


É o caso de Tito Prates, um dos dois únicos embaixadores oficiais de Agatha no mundo — título que lhe foi atribuído por ninguém menos do que Mathew Prichard, neto e herdeiro da autora. Ele começou a ler a Dama aos 11 anos, por influência de uma tia. Com 18 anos já absorvera a obra toda. A obsessão continuou ao longo da vida: hoje, aos 54, é o único biógrafo autorizado de Agatha em língua portuguesa (publicou “Agatha Christie from my heart: uma biografia de verdades” em 2016).

Como embaixador, ele promove a obra entre os mais jovens, graças a eventos como o ciclo de debates “100 anos de Romance Policial no Brasil e de Literatura de Agatha Christie”, que acontece em junho no Rio e em outras cidades ao longo de 2020. A convivência entre gerações é “perfeita”, segundo ele.

— Os novos aprendem e pedem dicas aos veteranos — diz Tito. — Tivemos caso de adolescente de baixa classe e de família evangélica que só deixava ele ler a Bíblia que acabou viajando o país todo com despesas pagas pelos amigos que conheceu no grupo.


Colecionador da obra de Agatha Christie e biógrafo oficial dela no Brasil, Tito Prates é um dos dois embaixadores da autora no mundo Foto: Edilson Dantas / Agência O Globo

Assim como muitos agathamaníacos pelo mundo, Tito dedica metade do seu ano à sua autora favorita. Sua fixação vai além dos livros: ele também consome produtos, como as roupas do Poirot que usará no International Agatha Christie Festival, evento bienal onde muitos participantes fazem cosplay (Tito já está deixando o bigode crescer pontiagudo igual ao do detetive). Uma prova de que, mais do que uma escritora, a Dama do Crime é hoje uma marca, como Marvel ou Disney, que abrange vários produtos.

— Agatha Christie é uma instituição — sentencia o acadêmico Bernthal-Hooker. — Ela não vai acabar nunca.

domingo, 22 de março de 2020

Agatha Christie, 100 anos: autora resiste ao tempo e vende mais que Bíblia

No centenário de estreia literária, novas traduções põem em questão a inglesa, que vendeu 2 bilhões de livros: afinal, sua obra resistiu ao tempo?


Por Maria Clara Vieira - Atualizado em 21 mar 2020, 11h42 - Publicado em 20 mar 2020, 06h00

MENTE VITORIANA - Agatha: uma mulher emancipada que detestava o feminismo PLANET NEWS LTD/AFP
Quando a polícia encontrou seu carro vazio batido contra uma árvore, na zona rural da Inglaterra, Agatha Christie foi dada como desaparecida. O veículo estava registrado no nome do primeiro marido da escritora, que, naquele ano de 1926, havia lançado seu maior sucesso até então, O Assassinato de Roger Ackroyd. Dez dias depois do acidente, porém, ela reapareceria em circunstâncias bizarras: estava hospedada em um hotel de luxo sob o nome da jovem amante do marido. Biógrafos oficiais afirmam que a autora foi acometida de um stress pós-traumático ao descobrir que o cônjuge tinha outra. Mas, para as más línguas, tudo não passou de um golpe de marketing. Na prática, a história permanece como um dos mistérios deixados pela “rainha do crime”. Aos 36 anos, ela emergiria do episódio com garra renovada: após recusar os bens do ex infiel, assumiu a tarefa de sustentar a única filha, Rosalind, com os próprios recursos. “Continuei, empurrada pelo desejo, ou melhor, pela necessidade desesperada de escrever outro livro para ganhar algum dinheiro. Foi nesse momento que deixei de ser amadora e passei a profissional”, relata na autobiografia.

Morta em 1976, aos 85 anos, Agatha deixou 66 romances policiais, dezenove peças de teatro e diversas coletâneas de contos — um acervo que, considerando-se as métricas atuais, se equipara em vendas ao de ninguém menos que William Shakespeare: são mais de 2 bilhões de exemplares comercializados no mundo, cerca de 4 milhões por ano. Mas é preciso enxergar além dos números para captar a força de seu legado — que neste ano completa um século. Nascida em uma família de classe média da pequena Torquay, na Inglaterra vitoriana, Agatha escreveu seu romance de estreia por incentivo da irmã mais velha, que a desafiou a criar uma trama detetivesca na qual o leitor não conseguisse descobrir o assassino até as últimas páginas. Lançado em 1920, O Misterioso Caso de Styles já contém elementos que fariam a fama da escritora: Agatha é especialista em tramas que envolvem casarões, heranças disputadas, mágoas familiares e jogos de bridge em enredos tão mirabolantes quanto se vê em Assassinato no Expresso do Oriente, que fala da reunião de doze assassinos em uma viagem de trem. Agatha notabilizou-se, sobretudo, por popularizar a mais recorrente fórmula de trama policial: o whodunnit (quem matou?, em tradução livre), que coloca vítimas, suspeitos e detetives em um jogo de charadas cuja resposta só aparece no final.

BIGODÃO – Kenneth Branagh, como Poirot: detetive imortal Nicola Dove/Fox/.
No centenário de sua estreia como escritora, uma pergunta é inevitável: afinal, a obra de Agatha Christie resistiu bem ao tempo? O projeto da editora HarperCollins de lançar oitenta novas traduções de seus romances — quatro chegam às livrarias neste mês — oferece um bom ponto de partida para investigar o tema. Como tantos escritores, ela não escapa à patrulha da correção política. O exemplo mais flagrante da “readequação” de Agatha aos tempos atuais é o desaparecimento do título O Caso dos Dez Negrinhos: após ser proclamado como “racista”, o clássico foi transformado em E Não Sobrou Nenhum. “É preciso levar em conta que uma senhora inglesa de mentalidade vitoriana usava uma linguagem bem mais conservadora e ofensiva, para os padrões atuais, ao se referir a deficientes, minorias e estrangeiros”, diz o tradutor Samir Machado de Machado.

Quando viva, a autora também teve uma celeuma com a militância feminista. Em 1961, negou entrevista a uma revista francesa com as seguintes palavras: “Nada me horroriza mais que esses artigos sobre os ‘grandes assuntos femininos’ ”. A trajetória da própria Agatha, contudo, é uma resposta a quem a acusa de desmerecer as mulheres. Com seu pioneirismo, ela abriu caminho para várias gerações de autoras policiais, da americana Patricia Highsmith à inglesa P.D. James.

XERETA – Geraldine McEwan, na pele de Miss Marple: charme provinciano ./Divulgação
Ironicamente, a evolução extraordinária das sucessoras pôs à prova as qualidades de Agatha. Centrado em exercícios de dedução, seu whodunnit tornou-se pueril perto da ficção criminal moderna, com tipos mais dúbios e alta densidade psicológica. A autora, no entanto, criou dois personagens que conservam seu charme à moda antiga: Hercule Poirot, o pequenino detetive belga de imensa vaidade, e Miss Marple, a velhinha xereta que expõe os assassinos e as hipocrisias do interior inglês. Mesmo seu estilo supostamente datado continua por aí, onipresente. A receita básica do “quem matou?” permanece em voga dos thrillers juvenis às novelas brasileiras. Novas adaptações e homenagens mostram que, com um providencial banho de loja, suas obras recuperam o viço (leia o quadro à esquerda). “Se você olhar bem no fundo, Agatha está sempre lá”, diz o biógrafo Tito Prates. Nunca menospreze a vovozinha do crime.


UMA AUTORA REINVENTADA NAS TELAS

Agatha Christie não foi só prolífica: seus romances inspiraram uma infinidade de adaptações para o cinema e a TV. Foi a própria autora quem escreveu o roteiro da primeira versão do detetive Poirot, destinada ao teatro e transplantada para a tela da BBC em 1937. Produções de outros países vieram na sequência, sem grande brilho — houve até um seriado de Miss Marple odiado e proscrito pela criadora. Quantidade, enfim, não era sinônimo de qualidade nas versões filmadas de seu trabalho. Até que, em 1974, um notável Assassinato no Expresso do Oriente virou o tabuleiro. “Foi a primeira obra a contar com um elenco de primeira”, diz Mark Aldridge, autor do livro Agatha Christie na Tela. Há três anos, o ator britânico Kenneth Branagh levou uma refilmagem do longa de 1974 às telonas, vivendo ele mesmo um Hercule Poirot cujo bigode em nada lembra o handlebar que o personagem cultivava (reproduzido à perfeição por Albert Finney na primeira versão). O filme de Branagh e uma série de Miss Marple veiculada pela BBC entre 2004 e 2014 (com Geraldine McEwan e Julia McKenzie se sucedendo no papel) atualizam seu universo para novas plateias. Mas nada supera, nesse sentido, Entre Facas e Segredos (2019): embora não se baseie em nenhum livro dela, o filme com Daniel Craig faz uma justa e instigante homenagem à dama.

Publicado em VEJA de 25 de março de 2020, edição nº 2679

quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

Batom Naná | Tito Prates


O crime apareceu em diversos jornais sensacionalistas da cidade de São Paulo e em alguns outros pelo Brasil e pelo mundo a fora. As fotos da vítima se transformaram em viral na internet, porém o que mais chamava a atenção era o bilhete encontrado junto ao corpo. - Tito Prates

Uma cara já conhecida nesse blog é Tito Prates. Autor da biografia Agatha Christie: From My Heart — Uma Biografia de Verdades, publicada em 2016 com autorização do Agatha Christie Trust, Agatha Christie Ltd. e Mathew Prichard, neto da escritora, Tito também é embaixador nacional da autora no país. Agora ele volta como autor.

Em Batom Naná, Tito Prates nos apresenta a um mistério que envolve mortes através de consumo de um batom envenenado por cianeto. Esses assassinatos remetem a brigas antigas e feridas abertas pela violência e pelo bullying.

Batom Naná está disponível na Amazon,para acessar é só clicar no link: https://amzn.to/2FWPmXE 


quinta-feira, 17 de janeiro de 2019

Morte no Nilo | Agatha Christie

Morte no Nilo foi escrito após uma temporada de inverno no Egito. Quando releio o livro, é como se retornasse ao navio a vapor que me levou de Assuan a Wâdi Halfa. Havia um bom número de passageiros a bordo, mas os personagem do livro viajaram em minha mente, tornando-se mais reais a cada dia, no cenário de um vapor do Nilo. O livro tem muitos personagens, e um lote muito bem-elaborado deles. A trama central me parece intrigante e com boas possibilidades dramáticas, e os três personagens — Simon, Linnet e Jacqueline — parecem vivos e realistas. - Agatha Christie

Próxima adaptação de Agatha Christie para o cinema e que será estrelada por Gal GadotMorte no Nilo é um livro de 1937 e que podemos notar o caráter cronista da autora. As paisagens, os costumes, as relações interpessoais estão presentes ao longo das 248 páginas.

Introduzindo um grande elenco de personagens logo no primeiro capitulo, relacionados através de suas próprias cenas "dialogadas". Agatha prende seus personagens em um navio a vapor, o Karnak, assim limitando o número de suspeitos. Isso não é uma tarefa fácil, especialmente quando o elenco está em uma trama de detetive.

O detetive Hercule Poirot está de férias no Egito quando é atraído para o misterioso caso do casal recém-casado: Linnet e Simon Doyle. Ela, uma das moças mais ricas de Londres, casou-se com ele, o noivo de sua melhor amiga, Jacqueline de Bellefort. Como método de vingança por roubar seu homem, Jacqueline segue os Doyles onde quer que eles vão, e quando Linnet e Simon chegam ao destino de lua de mel no Egito, Jacqueline está esperando por eles. Ela os segue até o rio até o Nilo, justamente quando os Doyles acreditavam que ela havia parado.

Uma noite a bordo, Jackie atira na perna de Simon Doyle enquanto Linnet Doyle é baleada na cabeça enquanto dorme. Todos os dedos apontam para Jackie, mas ela tem o álibi perfeito. Hercule Poirot assume o caso com seu amigo e colega investigador que veio a bordo do navio, Coronel Race.

À medida que os personagens embarcam em sua jornada, nós os conhecemos, e o relacionamento deles um com o outro, com mais detalhes. E cada detalhe se baseia em uma trama criminosa perfeitamente tecida - onde qualquer um dos personagens pode acabar sendo o culpado. Quanto mais o caos se instala, junto com evidências confusas e assassinatos, Poirot fica em um beco sem saída, buscando quem é o cérebro por trás de tudo.

sexta-feira, 16 de novembro de 2018

Agatha Christie: From My Heart — Uma Biografia de Verdades (Tito Prates)


De certo modo todos nós conhecemos Agatha Christie. Romancista, contista, dramaturga e poetisa, seus livros venderam mais de 2 bilhões de cópias em 44 idiomas. Só de royalties são cerca de US $ 4 milhões por ano. Agatha Christie é também uma das autoras mais prolíficas do mundo. Mas a certas coisas que ficam um pouco obscuras - principalmente em publicações no Brasil.

Por exemplo, na Seleção Vira-Vira da Saraiva, que vem em um único volume Misterioso Caso de Styles e O Caso do Hotel Bertram. Nele você vai encontrar que a autora nasceu em Devoshire (erro repetido pelo autor nesse post). Já em o Assassinato do Expresso do Oriente publicado em 2009 pela Nova Fronteira, diz que ela nasceu em Torquay.

Mas não se preocupe, seus problemas acabaram. Escrita pelo brasileiro Tito Prates, reconhecido como seu embaixador oficial no Brasil. Segundo o autor, a biografia é a única disponível no mercado que teve o consentimento da família de Agatha Christie - com quem manteve contato e colheu ainda mais detalhes para realização de sua obra mais que magnífica.

Tito Prates, embaixador oficial de Agatha Christie, posa como o detetive Hercule Poirot em sessão de pré-estreia de Assassinato no Expresso do Oriente (Foto: Divulgação)
O autor não quer só descrever a vida de uma pessoa. Antes de tudo, o texto quer ser uma conversa ao pé do ouvido, criar uma intimidade entre o leitor e a pessoa biografada. O livro que ganhou a indicação de ninguém menos que o neto e administrador da obra da escritora, Mathew Prichard. Tito é mais que um fã, é um profundo conhecedor da carreira artística e pessoal de Agatha, tendo uma memória incomparável sobre suas histórias.

"Outro aspecto único em sua bibliografia é o fato dela ter escrito novelas policiais durante mais de 50 anos. No paralelo das tramas de quem foi que matou, como foi, por que foi e com o que foi, corre uma história extraordinária, da qual ela é a maior retratista, dada a longevidade e quantidade de sua produção literária – 66 livros, mais de 170 contos, mais de 20 peças teatrais, 6 livros românticos com pseudônimo e dois autobiográficos, além de dois livros de poemas e um infantil: Agatha Christie mostra como mais ninguém mostrou a evolução da sociedade inglesa desde antes da Primeira Guerra Mundial até a década de 70. Por si só, este já seria um mérito enorme." - diz em um texto publicado no Escambau.

Curiosamente, Tito não tem Hercule Poirot como seu personagem preferido, posto ocupado por Miss Marple. "Quem conhece Agatha, sabe que ela tinha Poirot como meio de trabalho – no início da carreira, quando Agatha tentava se afastar de Poirot, os editores pediam que voltasse a ele. Ela se sentiu amarrada ao detetive. Há uma carta curiosa de um editor americano para um colega inglês, escrita durante a 1.ª Guerra, em que ele confessava seu temor de Agatha estar deprimida por causa do conflito, o que a teria convencido a escrever uma trama em que descreve a morte do Poirot. A história só seria publicada caso algo acontecesse com ela. Eu, ao contrário, acredito que Agatha se divertiu ao matar Poirot, para, enfim, se livrar dele, sem saber que ainda estaria amarrada ao personagem por mais de 30 anos."

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sábado, 15 de setembro de 2018

Os 10 melhores livros de Agatha Christie segundo seus fãs


15 de setembro de 1890: nesse dia nasceu, no Reino Unido, a escritora hoje considerada Rainha do Crime. Estamos falando de Agatha Christie, uma das principais autoras de romances policiais de todos os tempos. Ao longo da vida, Agatha Christie escreveu mais de 60 romances de mistério e mais de uma dezena de coletâneas de contos, além de alguns poucos outros livros não policiais (entre eles, sua autobiografia, publicada postumamente em 1977).


Em 2015, o site oficial da Rainha do Crime se propôs a descobrir quais são os melhores livros da escritora. Para isso, realizou uma pesquisa mundial com os fãs da autora, que poderiam escolher seus livros favoritos dentre todos os trabalhos produzidos por ela. Após receber mais de 15 mil votos de leitores de mais de 100 países, os 10 livros mais votados foram os seguintes:

#10 – Cai o pano – O último caso de Poirot (1975)
O décimo lugar da lista ficou para Cai o pano, um dos últimos livros publicados por Agatha Christie e também o último caso de Hercule Poirot, seu detetive mais famoso. No livro, Poirot, já com idade avançada, retorna em busca de um assassino à mansão Styles, o mesmo local do primeiro caso que resolvido por ele. Esse caso está descrito em O misterioso caso de Styles (1920), o primeiro romance de Agatha Christie.

#9 – Os cinco porquinhos (1942)
O crime de Os cinco porquinhos, a morte do famoso pintor Amyas Crale,aconteceu 16 anos antes da investigação feita por Poirot e narrada no livro. No centro da trama estão o triângulo amoroso vivido pelo pintor e as tensões geradas por ele. Essa obra dá destaque especial ao aspecto psicológico dos personagens se comparada às outras da autora, sendo a segundo parte do livro composta de capítulos contados em primeira pessoa por diferentes narradores.

#8 – Morte na praia (1941)
Em Morte na praia, Hercule Poirot é obrigado a interromper suas férias de verão quando um assassinato acontece. Para descobrir quem é o assassino, o leitor é guiado junto a Poirot por uma análise dos álibis e motivos que cada um dos personagens da trama teria para matar.

#7 – Testemunha ocular do crime (1957)
Viajando na primeira classe de um trem que parte de Londres, Elspeth McGillicuddy observa tranquilamente a paisagem até o momento em que testemunha um crime: ela vislumbra um estrangulamento pela janela do trem que cruza com o seu seguindo na direção contrária. Após o ocorrido, nenhum cadáver é encontrado e ninguém acredita na história a não ser Miss Marple, a simpática e célebre senhora que se propõe a investigar o caso.

#6 – Convite para um homicídio (1950)
A história começa quando um anúncio no jornal convida os habitantes de um pequeno vilarejo inglês para presenciarem um homicídio na casa de Letty Blacklock. Pensando tratar-se apenas de um brincadeira, os vizinhos comparecem ao local sem imaginar que o anúncio acabaria se concretizando. Esse é mais um caso investigado por Miss Marple que, para ajudar a polícia a resolver o crime, precisará desconfiar de todos os presentes.

#5 – Os crimes ABC (1936)
Nessa trama, um assassino misterioso que se identifica apenas como “ABC” desafia Poirot ao enviar cartas que informam o detetive sobre os próximos assassinatos que ele irá cometer. Aparentemente aleatórios, os crimes seguem apenas uma regra: são executados seguindo a ordem alfabética dos nomes das vítimas e das cidades onde acontecem.

#4 – Morte no Nilo (1937)
Em Morte no Nilo, Poirot precisa desvendar, durante uma viagem de férias, o assassinato da jovem herdeira Linnet Ridgeway, que viajava em lua de mel a bordo de um cruzeiro pelo rio Nilo. Conforme a trama se desenrola, os interesses de terceiros na fortuna e na infelicidade de Linnet ficam mais evidentes, e o quebra-cabeças, cada vez mais complexo.

#3 – O assassinato de Roger Ackroyd (1926)
Com 8% dos votos totais registrados na pesquisa, O assassinato de Roger Ackroyd entrou no pódio de melhores romances da Rainha do Crime, conquistando a terceira posição. Quando o personagem que dá título ao livro é encontrado morto em sua própria casa, o já aposentado detetive Hercule Poirot entra em cena para buscar uma possível ligação entre esse e outros dois crimes. Narrado em primeira pessoa pelo Dr. Sheppard, o médico da cidade, o livro é um dos mais engenhosos já escritos por Agatha Christie.

#2 – Assassinato no Expresso do Oriente (1934)
Com 16% dos votos, Assassinato no Expresso do Oriente ficou com o segundo lugar entre os livros de Agatha Christie mais amados pelos leitores. A história é ambientada em um luxuoso trem que é forçado a parar no meio do trajeto por conta de uma forte nevasca. No meio da madrugada, um homem é assassinado e o detetive Poirot precisa descobrir qual dos passageiros é responsável pelo ato. O livro ganhará uma adaptação para os cinemas que estreia ainda em 2017.

#1 – E não sobrou nenhum (1939)

Com 21% dos votos, E não sobrou nenhum foi eleito pelos fãs de Agatha Christie o melhor de seus livros. E não é para menos: se trata do romance policial mais vendido de todos os tempos, com mais de 100 milhões de cópias comercializadas no mundo inteiro. Na trama, dez suspeitos encontram-se isolados em uma ilha onde assassinatos são cometidos em sequência e seguindo os versos de uma canção infantil. A história não apresenta nenhum detetive para solucionar o caso. O livro, um enorme sucesso, já ganhou adaptações para a TV, o cinema e o teatro.

terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Chesterton: príncipe do paradoxo, pai do fantástico

O primeiro Especial de Natal feito pelo blog faz uma homenagem ao mundo ficcional em si. O homem que influenciou Tolkien, Howard e Lewis e a criação de Hiboria, Terra Média e Nárnia merecia uma breve e singela homenagem.

Nascido em Londres no ano de 1874, G.K. Chesterton foi um dos intelectuais mais influentes do último século. Anglicano, se converteu ao catolicismo como John Henry Newman e Henry Edward Manning: através do movimento anglo-católico.

Autodidata, foi criador de tipos variados. Poeta, ensaísta, narrador, jornalista, crítico literário, filósofo, teólogo, biógrafo, desenhista, ativista político, apologista... (ufa!) travou debates acalorados com os ateus mais notáveis do século (Bernard Shaw, Robert Blatchford, Bertrand Russell e Clarence Darrow). Irônico porém educado, respeitava seus adversários com "o lado secreto da nobreza".

Herdeiro da Era Vitoriana e uma sociedade pós-cristã, profetizou os grandes conflitos que levariam à segunda Guerra Mundial. Contemporâneo de escritores como Oscar Wilde, H.G. Wells, Conan Doyle, Agatha Christie, James Joyce, Thomas Hardy, W.B. Yeats, Virgínia Woolf e Rudyard Kipling se distinguiu de todos os que o cercavam pelo seu jeito despojado, seu estilo incisivo e a facilidade de rir de si mesmo. Se tornou o "príncipe dos paradoxos", fraseando coisas que soam óbvias, mas de formas improváveis.

Com a fama literária, veio o convite para palestras e conferências - dentro e fora da Inglaterra e a aquisição de novos e importantes amigos: Joseph Conrad, Henry James, Winston Churchill e Thomas Hardy (para citar apenas alguns).

Em 1910 seu livro O que há de errado com o mundo é mal recebido pela crítica mais por culpa dos editores que trocaram o título original O que há de errado? expandindo para O que há de errado com o mundo e omitiram seu ponto de interrogação. Quando Chesterton escreveu o livro, ele ainda não tinha certeza sobre o que havia de errado com o mundo, mas ele estava bastante seguro em relação ao que havia de certo com ele. Nele apresenta seus pensamentos e teorias sobre propriedade privada, educação, família, apontando criticas ao sistema capitalista e o comunista e propondo o distributivismo mas foi somente em 1927 que Chesterton elaborou os detalhes de sua filosofia social no livro intitulado Um esboço de sanidade. Já convertido ao catolicismo, descobriu que seus princípios sociológicos já haviam sido endossados muitos anos antes na encíclica Rerum Novarum do papa Leão XIII, escrita em 1897. Defendida pelos pensadores católicos, o distributivismo é uma teoria que segundo a qual a propriedade privada é um bem a que deve ter acesso senão a totalidade ao menos a maioria dos agentes sociais. O que há de errado no mundo defende que, mesmo sendo fácil achar consenso na identificação e crítica dos erros que encontramos na sociedade, a essência está em concordar que solução adequada propor. Mesmo sendo uma obra de não-ficção, Chesterton nos apresenta dois personagens: Hudge e Gudge. Bom na verdade três: ele também apresenta Jones. Hudge e Gudge são os inimigos de Jones. Resumindo, Hudge é o Grande Governo e Gudge o Grande Negócio. E Jones? Jones é o homem comum.

Esse homem, Jones, sempre desejou coisas ordinárias; ele se casou por amor, escolheu ou construiu uma pequena casa que lhe serviu como um casaco; ele está pronto para ser um grande avô e herói local

Mas algo saiu errado. Hudge e Gudge têm conspirado contra Jones para tomar dele sua propriedade, sua independência... e dignidade.

Também ficou famoso por suas biografias. O querubim gigantesco (apelido dado a ele por Shaw) escreve a biografia do poeta Robert Browning (1903) que lhe rende o convite para assumir a cátedra de literatura da então recém-criada Universidade de Birmingham, Leo Tolstoy(1903) com Edward Garnett e George Herbert Perris, e Charles Dickens (1906) arrancando elogios da filha do biografado, de André Maurois e T. S. Eliot que dizem ser um dos melhores estudos sobre o romancista inglês, São Francisco de Assis (1923), Robert Louis Stevenson (1927) e Chaucer (1932) mas foi com São Tomás de Aquino (1933), cujo valor foi atestado por Étienne Gilson, famoso filósofo tomista, que a considerou o melhor livro jamais escrito sobre São Tomás:

Considero, sem comparação alguma, que é o melhor livro jamais escrito sobre Santo Tomás. Só um gênio podia fazer algo assim. Todo o mundo admitirá, sem nenhuma dúvida, que se trata de um livro inteligente; mas os poucos leitores que tiverem passado vinte ou trinta anos estudando Santo Tomás de Aquino e publicado dois ou três volumes sobre o tema terão de reconhecer que a chispa de gênio de Chesterton lhes deixou ao rés do chão a erudição. Tudo o que eles tentavam expressar desajeitadamente em fórmulas acadêmicas foi expressado por Chesterton.

Para entender essa declaração, Gilson tinha escrito mais de três livros sobre o tema, sendo na época o maior e mais reconhecido especialista em São Tomás e Idade Média do Mundo. A obra ainda foi tomada pelo Pe. Gillet, Mestre-Geral da Ordem dos Dominicanos (ordem monástica de São Tomás) como bibliografia básica sobre o grande santo dominicano e suas ideias.

INFLUENCIADOS

Foi em um dos capítulos de seus livros mais famosos, Ortodoxia (1908), que deu claramente a base para Tolkien criar a Vila dos Hobbits (mais especificadamente A Ética da Terra dos Elfos). Misturando mitologia nórdica com os valores cristãos, onde a menor e mais humilde criatura se ergue para enfrentar perigos jamais imaginados, Tolkien criou um Novo Mundo baseado no Mundo Antigo.


O Moinho da Vila dos Hobbits, por J. R. R. Tolkien (tirado do site Tolkien Brasil)

Sendo escrito como resposta a uma provocação de G.S. Street, Ortodoxia é a continuação individual de Hereges, obra que faz críticas a muitos de seu ciclo de convivência, apontando para cada escritor seus vícios. Oscar Wilde por seu esteticismo aético, H.G. Wells por seu historicismo naturalista, Bernard Shaw por um socialismo desumanizador, George Moore pelo subjetivismo ético e Rudyard Kipling pelo seu pensamento discriminatório e imperialista.



Capa do livro de Chesterton, Hereges, feita para Ecclesiae.

Se afastando da imprensa depois da morte do pai, dedicou os anos de 1923 e 1924 para redigir com tranquilidade O Homem Eterno (1925), em que expunha a sua filosofia da História, tendo como eixo o mistério de Deus encarnado - uma clara resposta ao livro História Universal de H. G. Wells, se colocando contra a visão cética, naturalista e evolucionista do amigo. Esse livro foi crucial para a conversão de Lewis, que acabou por se tornar também um dos apologistas cristãos mais importantes do século passado.


Ilustração: Dave Stevenson. Foto: Norman Parkinson/Corbis

Sua influência sobre Robert E. Howard é salientada logo na introdução do livro O Mundo Sombrio por S. T. Joshi e reforçada na biografia de Robert E. Howard por Rusty Burke. Com um conceito de que passasse as eras e o que fica é a moral, ele abriu a porta para a criação da Era Hiboriana, onde Conan foi mostrado com muitas facetas. Nela, Conan foi rei, ladrão, marinheiro, mercenário e outras profissões marginais que dependiam exclusivamente de inteligência e de força física.



Adaptação do conto A torre do elefante de R.E.H por Roy Thomas e arte de John Buscema a Alfredo Alcala

Se sua obra contribuiu para a criação de universos tão vastos, foi em um jornal familiar, o G.K.’s Weekly, fundado em 1926 junto com seu irmão Cecil, que o escritor abriu as portas para George Orwel, que em 1928 publicou seu primeiro artigo. Há especulações que um de seus romances mais famosos, 1984, seria uma resposta ao Napoleão de Notting Hill (1904) - obra preferida de Neil Gaiman, que homenageou o autor transformando no personagem de Sandman, Fiddler's Green.

Edição do jornal G.K.’s Weekly da família Chesterton
Em A Esfera e a Cruz, espécie de romance simbólico e apocalíptico, reaparece o personagem obsessivo de Chesterton, em luta implacável, mas por fim, cordialíssima, com o ateísmo desvairado da época, serve de base para Kafka e seu livro O Processo. Sobre o Chesterton, Kafka afirma: Ele é tão feliz que posso facilmente acreditar que encontrou Deus.

Uma das crenças de Chesterton era que os contos de fada eram a forma mais moralizante de se educar uma pessoa. Com eles, se pode enfrentar a realidade, mesmo que a mais dura, de uma forma não conformada mais otimista.

Toda a felicidade do país das fadas está por um fio, um único fio. Cinderela pode ter um vestido tecido em teares sobrenaturais e reluzente com um brilho que não é deste mundo; mas deve estar de volta quando o relógio bater as doze horas. O rei pode convidar fadas para o batizado, mas deve convidar todas, ou haverá conseqüências terríveis. A esposa de Barba Azul pode abrir todas as portas menos uma. Quebra-se uma promessa feita a um gato, e o mundo todo desmorona. Quebra-se uma promessa a um anão amarelo, e o mundo todo desmorona. Uma garota pode ser a esposa do Deus do Amor em pessoa se nunca tentar vê-lo; ela o vê, e ele desaparece. Uma garota recebe uma caixa com a condição de não a abrir; abre-a, e todos os males do mundo escapam para cima dela. Um homem e uma mulher são colocados em um jardim com a condição de não comerem uma fruta; comem-na, e perdem a alegria em todas as frutas da terra. - G. K. Chesterton, do livro Considerando todas as coisas (1908)
Dono de uma pena arguta, sutil e envolvente, Gilbert Keith Chesterton deixou marcas inesquecíveis em mestres da literatura como Hemingway, Borges, García Márquez e T. S. Eliot. Como se não bastasse, seus textos influenciaram decisivamente líderes de movimentos de libertação como Michael Collins (Irlanda), Mahatma Gandhi (Índia) e Martin Luther King (Estados Unidos).

Morreu em sua casa na cidade de Beaconsfield, em Buckinghamshire, Inglaterra, aos 62 anos, no dia 14 de Junho de 1936. Recebeu a extrema-unção de seu amigo Padre O’Connor (que o inspirou a criar um dos maiores detetives da época, o Padre Brown). O Papa Pio XI - que já tinha citado em suas homilias os livros de Chesterton - em telegrama ao povo da Inglaterra, escreveu: Santo Padre profundamente consternado morte de Gilbert Keith Chesterton, devoto filho Santa Igreja, dotado defensor da Fé Católica.


NOTA:
Certa vez o jornal London Times pediu a alguns escritores que respondessem à pergunta: "O que há de errado com o mundo?".

Chesterton enviou a resposta mais sucinta:

Prezados Senhores:
Eu.
Atenciosamente, G. K. Chesterton


BIBLIOGRAFIA

Maravilhoso Mundo Louco

Sociedade Chesterton Brasil

Feedback Magazine

Sociedade Chesterton Portugal

Divina Dádiva

Revista Filosofia

Contos de fadas e outros ensaios literários - G. K. Chesterton - Livraria Resistência Cultural Editora.




segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Criadora de enredos envolventes, Agatha Christie completaria nesse mês 126 anos


Agatha Christie, uma das maiores escritoras do século passado completaria 126 anos se estivesse viva.

Nascida em Devonshire, era filha de um norte-americano e uma inglesa, foi educada dentro das tradições britânicas da Era Vitoriana. Começou a se interessar pela escrita graças ao incentivo da mãe, que a apresentou obras de Edgar Allan Poe e Arthur Conan Doyle.

Totalmente soberana nos romances policiais, a Rainha do Crime teve seus livros vendidos em todo o mundo e traduzido para mais de quarenta línguas diferentes. Com mais de oitenta livros publicados, suas obras foram levadas para todas as linguagens possíveis, inclusive teatro e cinema.

Uma curiosidade que vem a calhar: Agatha foi a única dramaturga a ter três peças encenadas simultaneamente no West End, a “Broadway de Londres”.

Também nesse ano se comemora o centenário do primeiro livro que escreveu: O misterioso caso de Styles. Ela já tinha se aventurado pela literatura, mas esse foi seu primeiro livro policial, com o um dos detetives mais marcantes da literatura: Hercule Poirot.

O serviço de Correios britânico anunciou também a criação de selos baseados na obra da escritora. São cenas de seus clássicos Assassinato no Expresso Oriente, O Misterioso caso de Styles, E não sobrou nenhum, Um corpo na biblioteca, O assassinato de Roger Ackroyd e Convite para um homicídio.