De certo modo todos nós conhecemos Agatha Christie. Romancista, contista, dramaturga e poetisa, seus livros venderam mais de 2 bilhões de cópias em 44 idiomas. Só de royalties são cerca de US $ 4 milhões por ano. Agatha Christie é também uma das autoras mais prolíficas do mundo. Mas a certas coisas que ficam um pouco obscuras - principalmente em publicações no Brasil.
Por exemplo, na Seleção Vira-Vira da Saraiva, que vem em um único volume Misterioso Caso de Styles e O Caso do Hotel Bertram. Nele você vai encontrar que a autora nasceu em Devoshire (erro repetido pelo autor nesse post). Já em o Assassinato do Expresso do Oriente publicado em 2009 pela Nova Fronteira, diz que ela nasceu em Torquay.
Mas não se preocupe, seus problemas acabaram. Escrita pelo brasileiro Tito Prates, reconhecido como seu embaixador oficial no Brasil. Segundo o autor, a biografia é a única disponível no mercado que teve o consentimento da família de Agatha Christie - com quem manteve contato e colheu ainda mais detalhes para realização de sua obra mais que magnífica.
Tito Prates, embaixador oficial de Agatha Christie, posa como o detetive Hercule Poirot em sessão de pré-estreia de Assassinato no Expresso do Oriente (Foto: Divulgação) |
O autor não quer só descrever a vida de uma pessoa. Antes de tudo, o texto quer ser uma conversa ao pé do ouvido, criar uma intimidade entre o leitor e a pessoa biografada. O livro que ganhou a indicação de ninguém menos que o neto e administrador da obra da escritora, Mathew Prichard. Tito é mais que um fã, é um profundo conhecedor da carreira artística e pessoal de Agatha, tendo uma memória incomparável sobre suas histórias.
"Outro aspecto único em sua bibliografia é o fato dela ter escrito novelas policiais durante mais de 50 anos. No paralelo das tramas de quem foi que matou, como foi, por que foi e com o que foi, corre uma história extraordinária, da qual ela é a maior retratista, dada a longevidade e quantidade de sua produção literária – 66 livros, mais de 170 contos, mais de 20 peças teatrais, 6 livros românticos com pseudônimo e dois autobiográficos, além de dois livros de poemas e um infantil: Agatha Christie mostra como mais ninguém mostrou a evolução da sociedade inglesa desde antes da Primeira Guerra Mundial até a década de 70. Por si só, este já seria um mérito enorme." - diz em um texto publicado no Escambau.
Curiosamente, Tito não tem Hercule Poirot como seu personagem preferido, posto ocupado por Miss Marple. "Quem conhece Agatha, sabe que ela tinha Poirot como meio de trabalho – no início da carreira, quando Agatha tentava se afastar de Poirot, os editores pediam que voltasse a ele. Ela se sentiu amarrada ao detetive. Há uma carta curiosa de um editor americano para um colega inglês, escrita durante a 1.ª Guerra, em que ele confessava seu temor de Agatha estar deprimida por causa do conflito, o que a teria convencido a escrever uma trama em que descreve a morte do Poirot. A história só seria publicada caso algo acontecesse com ela. Eu, ao contrário, acredito que Agatha se divertiu ao matar Poirot, para, enfim, se livrar dele, sem saber que ainda estaria amarrada ao personagem por mais de 30 anos."
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