terça-feira, 24 de julho de 2018

ANÁLISE JURÍDICA SOBRE A PEDOFILIA


I - INTRODUÇÃO

Recentemente a “imprensa” e, sobretudo, as mídias sociais tem se ocupado em afirmar que pedofilia não é doença, mas sim crime! O objetivo desse texto é a análise jurídica sobre a natureza do termo pedofilia.

Afinal, pedofilia é crime ou não? Portanto, pretendo responder essa indagação, tendo em perspectiva, sobretudo, a Ciência do Direito Penal e a Medicina Legal.

Com efeito, não é nosso objetivo realizar uma análise midiática, sensacionalista e movida por instintos “justiceiros” e/ou ideológicos, haja vista que o que interessa aqui é a análise técnico-jurídica da questão levantada.

Preliminarmente, gostaria de salientar as lições de EUGENIO RAÚL ZAFFARONI sobre a denominada Criminologia Midiática, pois a questão criminal é de interesse geral, de modo que todos, em geral, entendem ter a panaceia para o problema criminal, sobretudo, todos acreditam saber sobre o fenômeno criminal, sem ter tido qualquer contato com estudos científicos sobre a temática!

Acontece que as medidas propostas por esses “arautos” do “bem comum” e da “moralidade divina” já foram realizadas ao longo dos milênios... E, nunca resolveram absolutamente nada!

Assim sendo, nossa perspectiva será explicitar o termo pedofilia no âmbito do Direito Penal brasileiro, ignorando totalmente o senso comum, mesmo sabendo que tratar da moral sexual e do Direito Penal nunca foi tarefa fácil!

II – CONCEITO TÉCNICO DE PEDOFILIA

O termo pedofilia provém etimologicamente do grego “paidós” (criança) e “philos” (amigo) significa “amigo de criança”. No entanto, esse termo tem sido utilizado pela Ciência Médica, pelo Direito e pelos “arautos da justiça” com conotações distintas.

A classificação médica é a que nos interessa, pois é a mais correta de se adotar e deve ser analisada com um pouco mais de atenção. Primeiro a pedofilia é um transtorno de preferência sexual, que se encontra junto a outras parafilias. Parafilia é um desvio de conduta sexual, ou seja, uma perversão sexual, como por exemplo: exibicionismo; frotteurismo; fetichismo; voyeurismo; zoofilia; necrofilia etc. Portanto, existem inúmeras parafilias estudadas, sendo que a pedofilia é uma delas.

A pedofilia, portanto, é classificada pela psicologia forense como uma desordem mental e de personalidade do adulto, e definida pela Classificação Internacional de Doenças (CID-10), da Organização Mundial de Saúde (OMS), item F65.4, como “preferência sexual por crianças, quer se trate de meninos, meninas ou de crianças de um ou do outro sexo, geralmente pré-púberes”, tratando-a como transtorno de personalidade e de comportamento.

No âmbito da MEDICINA LEGAL, autores renomados têm conceituado a pedofilia das seguintes formas:

“Pedofilia, também conhecida como paidofilia, efebofilia ou hebefilia, é um transtorno da sexualidade que se caracteriza por uma predileção sexual primária por crianças ou menores pré-púberes, que vai dos atos obscenos até a prática de atentados violentos ao pudor e ao estupro, denotando sempre graves comprometimentos psíquicos e morais de seus autores” (FRANÇA, Genival Veloso de. Medicina legal. 9. ed. Rio de Janeiro: Guanabara. Editora Koogan, 2014, p. 277).

“Trata-se de desvio sexual caracterizado pela atração por crianças ou adolescentes sexualmente imaturos, com os quais os portadores dão vazão ao erotismo pela prática de obscenidades ou de atos libidinosos” (CROCE, Delton. Manual de medicina legal. 8. ed. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 707).

Destarte, o termo pedofilia remete a um transtorno sexual de personalidade inserido entre as denominadas parafilias e seu estudo é realizado no âmbito da MEDICINA LEGAL.

No entanto, podemos afirmar que no Brasil não há um tipo penal com o nomen juris ou rubrica (nome jurídico do crime) pedofilia, portanto, tecnicamente o transtorno sexual denominado pedofilia não é crime. Trata-se da simples aplicação do princípio da legalidade penal, segundo o qual “Não há crime sem lei anterior que o defina, não há pena sem prévia cominação legal”, conforme previsto no artigo 5.º, inciso XXXIX da CF, artigo 9.º do Pacto de San José da Costa Rica e, sobretudo, no artigo 1.º do CP.

Ademais, no Brasil vigora o princípio da materialização do fato (corolário do princípio da ofensividade), segundo o qual só haverá infração penal quando o agente exteriorizar um comportamento concreto no mundo, de modo que o Direito Penal não pode atingir condutas puramente subjetivas e internas que não ensejam ações concretamente realizadas.

Pensamentos que não sejam exteriorizados jamais podem ser objeto de punição pelo Direito Penal, de modo que ninguém pode ser sancionado pelo simples pensamento “cogitationis poenam nemo patitur”. Por conseguinte, esse princípio impede a incriminação de meras atitudes internas. As ideias e convicções, os desejos, as aspirações e os sentimentos dos seres humanos não devem constituir tipos penais, nem mesmo quando dirigidos para o cometimento de futuros crimes. O Estado não pode aplicar pena ao agente pelo que ele é, mas sim pelo que fez. No Brasil e na maioria dos países civilizados do mundo adota-se um modelo de DIREITO PENAL DO FATO e não mais o DIREITO PENAL DO AUTOR.

Dentro dessa concepção não se pune o indivíduo por ser “pedófilo”, mas por ter praticado determinada ou determinadas condutas que estão previstas como crime. Assim, caso alguém possua esse transtorno de personalidade sexual denominado pedofilia, ou seja, sinta desejo sexual por crianças, mas não realize nenhum dos comportamentos previstos em lei como crime, não poderá ser punido, simplesmente porque o mero desejo não é abrangido pela lei penal.

Ninguém pode ser punido criminalmente por ter alguma doença, porém, quando o pedófilo (quem tem pedofilia) exterioriza a sua patologia e essa conduta se amolda em algum tipo penal, estará caracterizado o fato típico e antijurídico (da tipicidade incorrida e não de pedofilia).

Portanto, o termo pedofilia não está previsto como crime!

III – CRIMES QUE O AGENTE PEDÓFILO PODE INCORRER

Se algum indivíduo com ou sem o transtorno de personalidade da pedofilia incorrer em determinadas condutas, poderá ser considerado autor de FATO TÍPICO e ILÍCITO, conforme o caso, senão vejamos:

Caso o agente pratique qualquer ato libidinoso (conjunção carnal ou anal; fellatio in ore; introdução de dedos nas partes pudicas etc.) com menor de 14 (quatorze) anos, independentemente de consentimento do menor, incorrerá no crime hediondo de estupro de vulnerável, punido com reclusão de 8 (oito) a 15 (quinze) anos (vide artigo 217-A do CP, c/c., artigo 1.º, inciso VI da Lei n.º 8.072/90). Outrossim, se houver o emprego de violência ou grave ameaça pode ocorrer concurso material ou formal de crimes como constrangimento ilegal e ameaça (vide artigos 146 e 147, ambos do CP) etc.

Por outro lado, se o agente (pedófilo ou não) induzir alguém menor de 14 anos a satisfazer a lascívia de outrem, como por exemplo: fazer sexo pelo telefone, fazer-lhe um strip-tease etc., sem a prática de efetivo ato sexual invasivo, ocorrerá o crime do artigo 218 do CP, denominado por alguns como corrupção sexual de menores. Nesse sentido, o agente que pratique, na presença de alguém menor de 14 anos, ou o induza a presenciar atos libidinosos, com o fim de satisfazer a lascívia de alguém, incorre no crime do artigo 218-B do CP.

No âmbito da prostituição, se o agente tiver relações sexuais com alguém menor de 18 anos e maior de 14 anos incorre no crime hediondo de favorecimento da prostituição de menores, conforme artigo 218-B, §2.º, inciso I do CP, c/c., artigo 1.º, inciso VIII da Lei n.º 8.072/90.

Ademais, os artigos 240 a 241-E da Lei n.º 8.069/90, o ECA tratam dos crimes de PORNOGRAFIA INFANTIL, punidos, em geral, com penas de reclusão.

IV – DO TRATAMENTO PENAL

Os crimes citados no tópico anterior podem ser praticados por qualquer pessoa (pedófilo ou não), de modo que não são crimes praticados apenas por aqueles que são acometidos pelo transtorno sexual denominado pedofilia, mas, geralmente, o agente pedófilo incorre nessas condutas delituosas.

Se, eventualmente, alguém, que possua pedofilia incorra nessas condutas, em regra, terá cometido FATO TÍPICO, ILÍCITO e CULPÁVEL. No entanto, caso exista dúvida sobre a sanidade mental do acusado deverá ser realizado um exame de insanidade mental nos termos dos artigos 149 a 154, todos do CPP. Esse exame é realizado por no mínimo um perito oficial, geralmente profissional da área médica ou psiquiatria forense (vide artigo 159 do CPP). Caso o profissional conclua pela inimputabilidade, nos termos do artigo 26, caput, do CP, o juiz poderá livremente (vide artigos 155 e 182 do CPP), aplicar medida de segurança, nos termos dos artigos 96 a 99, todos do CP.

Entretanto, em geral, os indivíduos que efetivamente apresentem o transtorno sexual aqui em análise, tem direito ao reconhecimento da denominada culpabilidade diminuída (também denominada impropriamente de semi-imputabilidade penal), pois a pedofilia deve ser abrangida pela expressão legal “perturbação da saúde mental” constante expressamente do artigo 26, parágrafo único do CP, com redução de pena que varia, conforme o aspecto cognitivo/volitivo do agente, entre 1/3 a 2/3.

Trata-se de uma causa geral de diminuição de pena que deve incidir na última fase da aplicação da pena (vide artigo 68 do CP). Todavia, nos termos do artigo 98 do CP, se o condenado precisar de especial tratamento curativo, a pena privativa de liberdade pode ser substituída pela internação, ou tratamento ambulatorial, pelo prazo mínimo de 1 (um) a 3 (três) anos, nos termos do artigo 97 e respectivos §§ 1º a 4º, também do CP.

Portanto, essa é a resposta da legislação penal aos casos supramencionados.

V – DA CONCLUSÃO

Diante de tudo, pode-se concluir que não existe, no ordenamento jurídico pátrio, nenhum crime com a denominação pedofilia, de modo que, tecnicamente, é errado dizer que pedofilia caracteriza crime.

Na verdade, aquele que tem pedofilia pode incorrer em inúmeras infrações penais caso cometa condutas levado por seus desejos pérfidos e repugnantes. No entanto, se o agente tiver desejos por crianças e/ou adolescentes e esse desejo permanecer apenas no plano das ideias, não poderá ser punido, pois “ser” pedófilo não caracteriza nenhuma infração penal (a mera cogitação não é punível, conforme artigo 31 do CP).

Em termos simples: Pedofilia não é crime, pois não está previsto como tal, trata-se, na verdade, de uma patologia psíquica. No entanto, eventuais comportamentos praticados por pedófilos, que se relacionem a questões sexuais, envolvendo crianças ou adolescentes podem sim ser considerados crimes, desde que previstos expressamente em uma lei penal.

É bem possível que brevemente surjam campanhas para a criminalização simples do termo “pedofilia”, pois certos grupos, geralmente perseguindo votos, acreditam no caráter meramente simbólico da lei penal, decorrência lógica do fenômeno da expansão do Direito Penal. No entanto, um novel tipo penal com o nome jurídico ‘pedofilia’ é totalmente desnecessário, haja vista que já temos uma legislação rigorosa que abrange as condutas praticadas por agentes que tenham atração sexual por impúberes.

BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA:

BRAGA, Hans Robert Dalbello. Manual de direito penal: parte geral; coordenadores: Alexandre Ormonde, Luiz Roberto Carboni e Sérgio Gabriel. São Paulo: Rideel, 2018.

CROCE, Delton. Manual de medicina legal. 8. ed. São Paulo: Saraiva, 2012.

FRANÇA, Genival Veloso de. Medicina legal. 9. ed. Rio de Janeiro: Guanabara. Editora Koogan, 2014.

SILVA SÁNCHEZ, Jesús-María. A expansão do direito penal: aspectos da política criminal nas sociedades pós-industriais. 3. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2013.

SILVEIRA, Renato de Mello Jorge. Crimes sexuais: bases críticas para a reforma do direito penal sexual. São Paulo: Quartier Latin, 2008.

Hans Robert Dalbello Braga é professor de Direito Penal, Direito Processual Penal e Prática Jurídica Penal na Universidade Nove de Julho. Possui graduação em Direito pela Universidade Nove de Julho (2011). Tem experiência na área de Direito, com ênfase em Direito Penal e Processo Penal. Advogado Criminalista, aprovado no V Exame de Ordem. Pós-Graduado em Direito Penal pela Universidade Nove de Julho Sob orientação do Professor e mestre Claudio Mikio Suzuki para produção do Artigo para a Conclusão de Pós Graduação (A aplicação da teoria da tipicidade conglobante nas condutas do agentes infiltrados em organizações criminosas), publicado em obra coletiva . Aluno Regular do Curso de Mestrado em Direito da Universidade Nove de Julho.

terça-feira, 17 de julho de 2018

Uma nova editora no mercado do fantástico: bem vinda, Acervo Books


Não é de hoje que o mercado editorial está carente de vários elementos e narrativas. Com muito trabalho e empenho, isso vem se quebrando aos poucos. A criação de editoras de nicho, plataformas de publicação online, a volta das revistas segmentadas e o desenvolvimento de novos meios de comunicação deixaram esse mercado mais dinâmico.

Chegou a hora de conhecer a grande novidade do ano! Fãs da Literatura Fantástica, vocês pediram, e eles atenderam. Que tal a gente trabalhar para redefinir os conceitos do mercado? Conheça o novo projeto: o Acervo Books, selo do site Acervo do Leitor.

Esse anuncio só me deixou feliz! Crescemos juntos - eu por um caminho e eles por outro. Resolvi focar mais na minha carreira acadêmica do que na minha carreira literária ou nesse meio editorial. Sempre que não pude ir em um evento, fiz questão de divulgar. Se o trabalho feito por eles for tão bom quanto em seu site Acervo do Leitor, temos bastante sorte.

Eles estão com um livro preparado para Agosto, mas ainda não divulgaram o nome - do autor ou do livro. Parabéns a inciativa Artur Moraes, Diego Ribeiro, Lucas Ramos e Guilherme Caciano. E só desejo sorte nessa nova etapa! - vocês já tem uma tag especial para meu site. 

Lembrando que temos Clube LeYa de Ficção Fantástica em São Paulo organizado por eles na próxima semana no sábado, dia 28 de julho às 15:00, na Saraiva do Shopping Center Norte.

Para saber mais, veja o vídeo abaixo:



segunda-feira, 16 de julho de 2018

As influências literárias em O Rei de Amarelo e o seu legado - via NotaTerapia


O Rei de Amarelo, de Robert W. Chambers, teve sua primeira tradução para o português publicada este ano pela editora Intrínseca. Ela surge como uma “nova-velha” obra: foi publicada em 1895, influenciou diversos autores posteriores, como nós veremos a seguir, mas recebeu influência de outras obras e correntes literárias no próprio século XIX em que foi escrito. E está sendo redescoberta agora.

Chambers trouxe à tona nesta coletânea de contos um gênero literário que, posteriormente, passou-se a nomear weird fiction, um terror cósmico. Nos contos interligados do autor encontramos uma mistura de enredo futurista com a atmosfera decadentista do final do século XIX. Os quatro primeiros contos têm em comum, no enredo, uma peça de teatro que enlouquece aqueles que a lêem, e ela se chama também O rei de amarelo.


Ler a obra de Chambers é quase o mesmo trabalho que o de um detetive, mas decifrar o discurso presente no livro dentro da chamada Mitologia amarela é um desafio distante de ser concluído. Por isso, a ideia desta lista ainda não é identificar somente o que seria essa Mitologia Amarela – que, mais tarde, surgiu como o chamado Mito de Hastur, Carcosa ou de Cthulhu, o conjunto de deuses “antigos” e lendas criadas por Lovecraft – mas mostrar quais foram as influências que Chambers pode ter recebido e quais ele originou. Além disso, a ideia é trazer obras que não são muito populares e ir recriando o cenário amarelo.

Durante a leitura da obra, o que ocorre é que podemos entender o conteúdo da peça O Rei de Amarelo como transgressora: ela inaugura uma nova realidade na vida do personagem, na qual vemos que a existência humana é mais complexa e frágil do que o cenário social poderia indicar. Nem por isso a peça será uma benfeitora na vida do personagem. Ela transgride suas certezas e noções da vida mundana para mostrar a ele que a vida não é constituída por fases a ser superadas ou meras reputações. Ela pode ser mais turbulenta porque se mistura a inúmeras vidas e passados, são realidades paralelas. Assim, é quase um sonho ininterrupto, com humanos passando por desesperos que são uma constante. Por isso, creio que a própria mente humana pode ser a Carcosa do Rei, constituída por fatos e sonhos. E o terror existe ao se constatar que estariam encarcerados numa vida que já carrega o sonho e a realidade sem divisões.

Assim, foi por meio das indicações das notas de rodapé feitas por Carlos Orsi na tradução para o português que passei a procurar as obras citadas por ele para entender o que seria Carcosa, Hastur, o rei, o verdadeiro terror que encontramos na narrativa. E acabei encontrando contos e livros que revelam quase uma tradição ao mencionar esses nomes. É o que você verá a seguir, com os comentários da minha leitura das obras.

O conto A Máscara da Morte Vermelha, de Edgar Allan Poe (1842)


Este conto foi publicado em 1842 e, definitivamente, influenciou Chambers na composição da figura do Rei quando ele surge no poema que inaugura a edição, pois no poema o Rei possui um manto em retalhos. Além disso, Chambers usa no primeiro conto o termo “Máscara Pálida” que foi incorporado na Mitologia Amarela, pelos autores que vieram depois, como uma máscara que o rei ou um emissário dele usava. E esta máscara teria semelhanças com o enredo do conto de Poe. Neste, o Príncipe Prospero resolve se fechar em um castelo com alguns dos nobres da corte para evitar ser contaminado por uma espécie de peste que vinha se alastrando, a Morte Vermelha (ou Rúbra). Mas, quando Prospero concede uma festa em que todos devem usar uma máscara, há um ser desconhecido que surge entre os convidados, portando uma máscara da qual escorre sangue e mancha as vestes em retalho. A criatura parece ser o terror e a Morte Rúbra personificados, por isso se parece com a ideia do Rei que espalha a loucura como uma peste.

Para ler o conto clique aqui

O conto Le Roi au Masque d’Or (The King in the Golden Mask), de Marcel Schwob (1892)


O Rei na Máscara de Ouro é o primeiro conto que dá nome à coletânea de Marcel Schwob e foi publicado em 1892. Ele tem grande semelhança com o conto de Poe e, novamente, a atmosfera sombria da figura que desconhecemos do Rei, na peça que os personagens leem no enredo de Chambers. A história é bem curiosa e mostra um rei que segue uma regra de seus antepassados: ele deve usar sempre uma máscara de ouro e os seus súditos as máscaras com as expressões que lhes convêm. O rei entra em crise, porém, quando um mendigo passa pelo castelo e insinua que o rei era enganado pelo mundo por nunca ter visto o rosto dos outros, e nem conhecer a própria face.

Para ler o conto em francês clique aqui

O conto The Yellow Wallpaper (O Papel de parede amarelo), de Charlotte Perkins Gilman (1892)


Este conto é um marco na literatura feminista americana e está na lista porque foi publicado três anos antes de O Rei de Amarelo. Nele, a temática se assemelha ao enredo de Chambers e é possível que ele tenha lido ou conhecido a sua polêmica. A cor amarela é predominante pela forma de um papel de parede que Jane, a protagonista que narra a história, passa a notar que muda de aparência. Ela vê sombras, novos rostos e formas ganhando vida. O conto foi criticado na época por um médico dizendo que a sua leitura era perigosa para pessoas com “distúrbios mentais”. A questão é que a autora fez o conto justamente para retratar o terror pelo qual ela passou, como é ser reprimida pelo marido ao apresentar sintomas de depressão após começar a vida de casada e ter um filho.

Para ler o conto em inglês, clique aqui

O conto Haïta The Shepherd (Haïta O pastor), de Ambrose Bierce (1891)


Neste conto publicado por Bierce em 1891, é inserido pela primeira vez o nome Hastur, que terá inspirado Chambers a usá-lo em sua obra. Em Bierce, Hastur teria sido derivado da província espanhola Asturias e lembra a sonoridade de “pasture”, e justamente o personagem deste conto é um pastor. Chambers usa Hastur como o nome da cidade onde Cassilda e Camilla residem. Elas são personagens que existem apenas na peça O rei de amarelo que os personagens leem, e nós só recebemos as referências sobre elas por meio de alguns versos no início dos contos, que indicam serem os trechos do ato II que provocaria a loucura em quem os lê. E ainda, no conto A Demoiselle d’Y’s, Hastur é o nome de uma moça que parece exercer um controle no protagonista. Ela é mais do que uma forma humana, quase uma viajante do tempo. Da mesma forma a personagem feminina nesse conto de Bierce. Nele, Haïta se depara com uma jovem que depois será nomeada Felicidade, aquela que ele nunca poderá ter ao seu lado como esposa.

Para ler em inglês, clique aqui e também está disponível na antologia Hastur Cycle, para download no 4shared aqui

O conto An Inhabitant of Carcosa, de Ambrose Bierce (1891)


O conto de Bierce, publicado em 1891, foi a introdução do nome Carcosa, uma cidade que o personagem busca como salvação, mas logo descobre que a morte o levou e que essa não basta para que um homem deixe de existir. Por isso esse habitante perambula pelas terras em busca de Carcosa, o lugar ideal para usufruir da imortalidade. Carcosa derivaria de Carcassonne, cidade que se situa na França, cheia de muralhas, castelos com uma arquitetura medieval. Bierce também usa Hali como o nome de um profeta, que será citado por Chambers. Mas na obra desse, será o nome do lago em que a cidade de Hastur foi construída e onde Cassilda mora, na peça fictícia O rei de amarelo. Além disso, Hali é o nome árabe para a constelação de Touro, na qual existe Híades e Aldebarã, mencionadas no poema e no conto de Chambers como sendo estrelas negras que ficariam acima de Carcosa, onde o Rei habita.

Para ler em inglês cliquei aqui e também está disponível na antologia Hastur Cycle, para download no 4shared aqui

O poema Carcassonne, de Gustave Nadaud


O poema teria inspirado também Chambers a escrever o seu poema introdutório à coletânea. No poema de Nadaud, o eu lírico espera encontrar Carcosa, esta cidade perdida e existente no imaginário daquele que sonha com quase uma utopia. Carcassonne se apresenta como uma Babilônia, onde se encontra o descanso de uma vida cheia de erros. O eu lírico relata que seus parentes conheceram cidades, mas ele não viu Carcassone, apenas depois da morte. A questão é que ele termina o poema dizendo que “Cada mortal tem sua Carcassonne”, e isso faz pensar se ela existe na própria palavra ou na mente humana como artifício.

Para ler a tradução em inglês e o original em francês, clique aqui

Rubaiyat, de Omar Khayyam


A versão em inglês da seleção de poemas de Khayyam (1048-1131), originalmente em persa, foi feita por Fitzgerald, em 1859, o que deu a chance ao Ocidente de conhecer a obra do poeta. A palavra rubaiyat, derivado do árabe, significa “quatro”, um poema com uma estrofe de duas linhas, com duas partes cada. Na obra, Khayyam exalta a beleza da vida e a possibilidade do homem em transcendê-la pelo vinho ou até por um livro de poesia, gozar a vida antes de se tornar pó, e acrescenta ter ouvido as razões sobre o universo de um Doutor e de um Santo, para sair da porta tão crente quanto ao entrar. O eu lírico diz ter passado pelos Sete Céus – as sete artes liberais – e não conseguiu resolver os enigmas do universo, nunca conseguiu desatar “o nó do Humano Fado”. Duas estrofes aparecem no início dos contos O paraíso do profeta e O Pátio do Dragão, e introduzem a impossibilidade dos protagonistas de Chambers em entender o significado do tempo e deste mundo alternativo que aparece em sonhos ou em pesadelos coletivos.

Para ler a tradução em português de Alfredo Braga, clique aqui. A edição que consultei é bilíngue, traduzida por Jamil Almansur Haddad.

A peça Salomé, de Oscar Wilde (1891)


A referência à cor amarela no título da obra de Chambers e nas vestes do Rei é por causa do significado dela no século: era o símbolo da loucura, da boemia, do amor misturado à luxúria. Livros proibidos tinham a capa com esse tom. E o frissoncausado pela obra de Chambers foi tão grande, no momento de sua publicação e mais ainda entre os autores seguintes, que se passou a atribuir a algumas obras o mesmo teor de loucura que há na peça do enredo – Salomé, de Oscar Wilde, é um exemplo. Nela, Salomé exige ao rei ter a cabeça de São João Baptista na bandeja por um capricho, já que ele havia se recusado a beijá-la. Mas Salomé só consegue que seu desejo seja atendido após executar a Dança dos Sete Véus. A obra de Wilde e o perigo na forma da dança de Salomé teriam inspirado Chambers a inserir uma peça insana e um rei com vestes amarelas na sua obra. E mais ainda, em O Retrato de Dorian Gray, de Wilde, há um livro amarelo que fascinou o personagem, que por sua vez, pode ter sido Às Avessas, de Huysmans. Há toda uma literatura “amarela” no século XIX, apresentando esses livros dentro de narrativas quase como transgressões na vida dos personagens.

Para ler o livro Salomé, clique aqui

Poema Os sete velhos, de Charles Baudelaire (1857)


Não sabemos se Chambers, de fato, leu o poema Os sete velhos, de Baudelaire, em As Flores do Mal, mas a semelhança com a atmosfera dos contos Emblema Amarelo e O Pátio do Dragão é surpreendente. Em ambos os contos encontramos a única forma daquele que pode ser o emissário do Rei ou uma de suas formas, já que a criatura não veste amarelo, mas anda com trapos, parece ter uma pele de cera branca e os persegue, seja tocando órgão numa igreja e nas ruas, seja nos sonhos do protagonista. O poema revela versos que poderiam muito bem estar no enredo de Chambers e, ao final, parece revelar que o eu lírico se encontra em um mundo perturbado, com sua alma dançando “sem mastros, sobre um mar fantástico e sem bordas!” e que este ser que o incomoda vai “não se sabe para que outro mundo”. A razão se perde a partir do encontro na rua enevoada com um velho de trapos que “pareciam reproduzir a cor do tempestuoso céu” e que tem a silhueta “quebrada” e leva um bastão que lhe dá um ar mais nefasto.

Para ler o poema traduzido para o português, clique aqui e a versão original em francês aqui. A tradução que consultei foi a da Editora Nova Fronteira, 2006.

H.P. Lovecraft (20/08/1890 – 15/03/1937)


São algumas as referências que Lovecraft teria feito ao universo amarelo de Chambers. Sabe-se que o autor teria lido a obra por volta de 1927, quando seu estilo já estava bem definido e já havia criado Necronomicon, este livro também perigoso como a peça. Na introdução, Carlos Orsi diz que em apenas Um sussurro das Trevas (1931) Lovecraft citou Hastur, mas que a Mitologia de Cthulhu acabou incorporando Chambers por meio de August Derleth, quem os relaciona no conto O retorno de Hastur e passa a instigar o interesse de outros autores (e leitores também) a compor uma Mitologia Amarela próxima a de Lovecraft. Mas nas minhas leituras dá para encontrar certas semelhanças entre os contos Dagon, Ar frio e O modelo de Pickman, de Lovecraft, e O Pátio do Dragão, Emblema Amarelo eA Máscara, de Chambers. Há o protagonista que é um pintor desejando encontrar no grotesco a beleza em sua forma pura, mesmo que precise compactuar com os submundos dúbios da ciência como sinônimo de encontro com a imortalidade ou o registro de criaturas estranhas. Além disso, tem a existência de uma atmosfera de terror por conta de um emissário do rei, ou uma criatura de tentáculos, que se faz como uma ameaça permanente.

O conto More Light, de James Blish (1970)


Este conto de James Blish, publicado em 1970, é a tentativa mais fiel de criar a famosa peça O rei de amarelo. Blish foi leitor de Chambers e tentou compor a peça, na qual Hastur é a cidade em outro planeta em que a rainha Cassilda e sua filha Camila residem. No início do conto A máscara, temos um dos únicos trechos que Chambers deixou registrado na sua coletânea como se fosse a tão temida peça:

“Camilla: O senhor deveria tirar sua máscara.
Estranho: É mesmo?
Cassilda: É mesmo, está na hora. Todos tiramos nossos disfarces, menos o senhor.
Estranho: Eu não estou de máscara.
Camila: (Horrorizada, em particular para Cassilda) Não é máscara? Não é máscara!”

H.P.Lovecraft enviou cartas a Blish e o autor William Miller, em que ele diz ser uma tarefa complicada e insuficiente tentar criar um Necronomicon, essa obra que assustaria por revelar as verdades mais sombrias da existência. Mas Blish aceita a tarefa de tentar constituir a peça de Chambers e o resultado é satisfatório para quem tem curiosidade de vivenciar a leitura como se fosse um personagem de Chambers entrando em contato com a tão perigosa peça.

Tanto os contos de Ambrose Bierce quanto o conto More Light, de Blish, estão na coletânea Hastur Cycle, que está disponível para download aqui.

O livro A Maldição do Cigano, de Stephen King (1984)


A obra de Stephen King conta a história de Billy Halleck um advogado que vê sua vida amaldiçoada quando atropela uma velha cigana. O enredo não tem relação direta com Chambers, apenas pelo fato de haver um bar chamado Hastur que é destruído em um incêndio e, em seu lugar, é construída uma loja de produtos alternativos chamada O Rei de Amarelo.

O conto A study in emerald (Um estudo em esmeralda), de Neil Gaiman (2003)

O conto Um estudo em esmeralda coloca o detetive Sherlock Holmes e seu amigo Dr. Watson numa atmosfera inspirada no Mito de Cthullu, de Lovecraft. Gaiman cita Carcosa na passagem em que Watson relata ter assistido uma peça. O conto traz o assassinato do príncipe da Boêmia, Franz Drago, sobrinho dileto da Rainha Vitória, na Londres do século 19, em circunstâncias muito estranhas, indicando a presença de possíveis monstros que existiriam à espreita, atacando desde o princípio dos tempos.Este tipo de terror permanente, de uma criatura desconhecida, existe também no fato de não sabermos a origem de Carcosa e os poderes do rei, que os exerce por uma simples peça teatral. Além disso, Hastur é o nome de um anjo caído no livro Belas maldições, de Gaiman e Terry Pratchett.

Para ler o conto em inglês, clique aqui. E para ler em português, aqui

A série True Detective (1ª temporada – 2014), de Nic Pizzolatto

O seriado True Detective foi uma das grandes surpresas deste ano, vencedor de quatro Emmys e conquistou muitos fãs para a próxima temporada, com elenco e enredo independentes. A 1ª temporada contou a história de dois detetives, Rust Cohle e Marty Hart, que precisam encontrar um assassino em série em Louisiana. Os oito episódios mostram diversas linhas do tempo, com os 17 anos em que os dois estiveram envolvidos na investigação. O crime parece estar relacionado a uma seita religiosa que promete um encontro com o Yellow King (O Rei de Amarelo), por folhetos distribuídos entre as cidades. Uma das vítimas o tem em um caderno e sua morte apresenta um teor simbolista, quase um sacrifício às entidades. Aqui, o curioso é ver como alguns elementos da obra de Chambers são apropriados de forma inteligente. Encontrar Carcosa é quase o mesmo que olhar para o universo puro. A condição humana é explorada na série nas várias falas céticas de Rust e nos atos dos próprios personagens. Louisiana, tão inóspita quanto o deserto que vemos no conto As Demoiselles d’Ys, é opressora e cheia de camadas como Carcosa.

domingo, 15 de julho de 2018

Star Wars (Parte 3) “A esperança renasceu hoje, A guerra só começou, e o último Jedi não serei Eu!"






Teorias iniciais
Certo, teríamos novos filmes, mas qual seria a história? Logo após o episódio IV, o universo foi expandido ao máximo, histórias de um aprendiz de Darth Vader, um ressurgimento da ordem Jedi, o império nas mãos de um novo líder, os filhos de Han e Leia tendo um foco enorme, todas essas pequenas ideias jogadas em Jogos de videogame, HQs e livros, a maior parte recebendo o selo Legends, ou seja, pode ou não ter acontecido, mas logo depois que a Disney pegou os direitos e fez os novos filmes, ela estabeleceu que os livros e HQs que tem esse selo Legends não é canônico, então não é relevante para a saga de filme., porem dizem as lendas de que Lucas ofereceu ideias e roteiros antigos de prováveis historias, e a Disney tomou pra si e rasgou todas essas ideias querendo tomar um novo caminho, logo foi confirmado que seria de fato uma continuação de o Retorno de Jedi, e uma nova trilogia, tempos antes, um certo diretor havia sido contratado para dirigir um novo filme de Star trek em 2009 e trazer de volta a franquia que havia desaparecido, uma nova visão da obra, com os personagens antigos, tornar aquela antiga franquia da televisão, em um filme popular, os fãs da série ficaram divididos mas muitos gostaram do que foi feito, então a Disney já tinha seu diretor e roteirista, JJ Abrams, o criador de series como Lost, Fringe e da franquia Cloverfield, e que há muito tempo atrás era estagiário nos estúdios de Steven Spielberg então ele já tinha um conhecimento bom por ter aprendido com um dos melhores.
Temos nosso diretor, vamos direto para o que interessa. Não demorou muito tempo para que o amor dos fãs fosse reconquistado quando Abrams disse que a franquia voltaria com os heróis originais, ou seja, Luke, Han e Leia voltariam, causou discórdia entre muitos, porem aceitaram já que a trilogia nova não tinha agradado por trazer uma visão “distorcida”(mesmo com o mesmo diretor dos originais) da saga, então voltaremos ao clássico, a visão suja, a imagem velha das naves e equipamentos nem um pouco geometricamente certos, e um detalhe importante que o diretor abraçou e concordou que tinha sido isso que danificou um pouco os novos filmes, Vamos esquecer um pouco o CGI e focar nos efeitos práticos em cenários verdadeiros e abertos, voltar a tornar Star wars uma coisa real, e disse isso mostrando a primeira coisa que construíram por completo para as gravações, a Millenium falcon



Episódio VII: O despertar da Força
“Chewie, estamos em casa”
- Han solo

Poderíamos abrir um longo debata só sobre as expectativas antes e durante os trailers lançados sobre o filme, entre as dúvidas principais, estavam; em quem a força despertou, na garota do deserto ou no Stormtrooper traidor? Onde está o Luke? O que diabos aconteceu para essa guerra sem final entre os Rebeldes e o império continuar? Vamos ao que interessa
*Só lembrando que agora a Aliança rebelde virou a Resistencia, e o Império se tornou a Primeira Ordem
Assim como todos os filmes, uma marca registrada (Menos o rogue one e Han solo) a nova aventura começa com aquele lindo letreiro amarelo acompanhado da trilha sonora marcante da saga, então vamos para um novo planeta deserto, Jakku (planeta do Voodu), onde Poe Dameron o melhor piloto da Resistencia, está com seu droides BB8 resgatando planos sobre uma arma chamada StarKiller, uma “nova” arma da Primeira ordem, com a missão de levar para a Resistencia e dar chance para que os mocinhos vençam essa guerra. Em meio a isso, confusões acontecem, trazendo uma nova leva de personagens, além de Poe (que receberia destaque no filme seguinte) temos o seu novo aliado, o Stormtrooper FN-2187, que logo depois foi chamado de Finn pelo próprio Poe, o nome agradou e foi usado pelo traidor da primeira ordem, e como todo filme tem que ter a força e alguém que a use, é mostrado a nós, uma escrava de Jakku, Rey, uma jovem sucateira que vive nesse planeta porem ela tem o sonho de algo mais, assim como Anakin e Luke, ela via as naves voando para fora do planeta e se imaginava saindo desse planeta, mas ela se recusava a isso por que estava esperando a sua família voltar, até esse momento, não sabemos em quem está a força, ou mesmo se a força está nos dois protagonistas foco, confusões para frente, cabe a Rey, Finn e BB8 levarem os planos da primeira ordem para a Resistencia
Mesmo que o filme seja quase uma cópia do episódio IV, existem muitas coisas autênticas nesse meio, a começar por três vilões, General Hux, que comanda a primeira ordem (similar ao Tarkin) porem, todo o poderio militar dos vilões é representada de forma muito parecida a um regime nazista, uma das cenas mostra o General Hux discursando a frente de todo seu exército, mostrando o poder de sua nova arma, uma nova estrela da morte (que já diria o Han, é só uma Estrela da morte maior) e o peso do discurso de ódio do Hux é muito similar a um discurso de Adolf Hitler. Ao seu lado para a liderança do exército, temos Kylo ren, o novo “Lorde Sith” ou apenas o novo condutor da força, Aliás, vale a pena ressaltar que os Sith e os Jedi não se reergueram, as histórias do qual Han já não acreditava no episódio IV continuam sendo histórias, invés de Kylo ser um novo lorde, ele é um cavaleiro de Ren, do qual sabemos pouco sobre, mas se dá a entender que ele é o último, ou pelo menos o único que usa um sabre, um novo tipo de sabre, que tem uma guarda de mão, isso não foi explicado, mas existem relatos entre os livros e conversas com os responsáveis pelo filme, que o cristal do sabre de Kylo ( todos os sabres tem um cristal, e ele determina a cor da luz que o sabre emite) está rachado então a energia que ele emite é falha, forçando o seu dono a adaptar sua arma para que a luz vaze para os lados, enfim, nos trailers víamos que Kylo ren usava uma máscara, então ninguém sabia quem ele era, sabíamos o ator que iria interpreta-lo mas poderíamos estar em frente a dois personagens, um com e o outro sem máscara, o que levava os fãs a pensarem que Luke Skywalker poderia ter se rendido ao lado negro e passou a usar uma máscara para imitar o pai, teoria que se provou falha (Graças) e por último, Líder supremo Snoke, personagem do qual entramos no filme não sabendo nada, e terminamos sabendo menos ainda, temos ciência de que ele apenas controla a força e foi responsável por parte do treinamento de Kylo Ren. Princesa Leia agora virou General da resistência, e para puxar um peso emocional a mais, o filme se apoiava em Han e Chewie, trazendo de volta a banheira mais veloz da galáxia, sendo praticamente um foco do filme por alguns motivos que levaram os fãs a chorarem no cinema






Episodio VIII:  Os últimos Jedi
“Somos a faísca, que acenderá a chama, que destruirá a primeira ordem”
- Poe Dameron

Então finalizamos os filmes (até então) Logo após a vitória da Resistência, Rey vai com Chewie e R2-D2 para achar a lenda Luke Skywalker, que após a queda haviam desaparecido após o novo Templo Jedi ter sido destruído pelas mãos de Kylo Ren, a jovem tendo a esperança de que com a ajuda do velho Jedi, poderiam vencer a primeira ordem e Snoke, mas o que antes era um cavaleiro cheio de esperança, se tornou um velho amargurado pelo seu fracasso, e prefere até se esconder da força de proposito, mas Rey está decidida a pedir a ajuda de Luke para dar fim à guerra, e ensina-la a controlar a força que havia despertado nela a deixando com medo de si própria, ela precisava de alguém que mostrasse o papel dela no meio de tudo isso, e caberia a Luke Skywalker mostrar que a força não era o que todos diziam
O filme fez um rebuliço interminável, “Luke Covarde” “Rose é um personagem lixo” “Reylo tem que acontecer” “Reylo não pode acontecer” e assim vai, e acabam se esquecendo de debater sobre os assunto mais interessantes como o papel da força em tudo isso, Han solo já desacreditava na força no episódio IV e muitos anos mais tarde, nos é apresentado uma geração que ainda não acredita e tem essas histórias de Jedi, Sith, a força como uma lenda, entre idas e vindas de comentários positivos e negativos (opiniões muito divididas) o filme se apoia totalmente no nostálgico assim como o anterior que tinha Han como foco, neste, Luke era o foco, e com ele talvez a melhor parte do espirito de star wars veio com ele, o conceito da força, o peso de Vader, da família Skywalker e do fracasso de Luke no treinamento da nova ordem e de Ben solo rodeavam o filme, e posso garantir, que não existem fãs que não tenham se desmanchado em lagrimas ou sorrisos de alegria quando mestre Yoda aparece para dar um último puxão de orelha no Luke, falando:
“Transmita o que aprendeu, força, maestria, mas fraqueza, insensatez, fracasso também. Sim, fracasso acima de tudo. O maior professor, o fracasso é, Luke, nós somos o que eles (aprendizes) superam, esse é o verdadeiro fardo de todos os mestres”
E as lagrimas viriam com a frase final
“Oh, Jovem Skywalker, você continua sendo o mesmo, sempre olhando para o horizonte”
Lagrimas estavam no pescoço quando chegamos a fase final do filme, e percebemos que a jornada do herói de Luke skywalker, aquele jovem fazendeiro que se tornou uma lenda, acaba aqui,
 a resistência está despedaçada, capaz de caber inteira na Falcon, e é claro que o filme apela para o Luke duelando contra Kylo
“A esperança renasceu hoje, A guerra só começou, e o último Jedi não serei Eu”
Star wars se apoia no visual, e quando vemos pela última vez Luke Skywalker na frente de Dois sois finalizando sua jornada da mesma maneira que ele começou, olhando para o horizonte, lagrimas criam vida. A resistência está por um fio a bordo da Millennium Falcon, a primeira ordem está sobre a liderança de Kylo Ren que está destinado a exterminar a todos, Rey tem a missão de aprender e se tornar o mais próximo de uma Jedi para controlar a força e ninguém sabe como essa história pode continuar, mas como mestre Yoda fala, não existe nada nos escritos Jedi que Rey já não possua, mas agora sem mestre, e apenas com os antigos livros da Ordem Jedi, acreditamos que Rey tomará seu estilo próprio, alguns fãs chama ela de Mary sue, que significa que ela é só uma protagonista feminina que tem poderes extraordinários sem motivo, e é praticamente a unica solução para tudo, não bastasse o romance que insistem que ele terá com Kylo. Mas Rey é uma garota que não sabe como deve continuar, e não sabia nem como começar sua jornada, foi forçada a isso, e falarem que Rey tem poderes únicos sem motivo, nunca entendeu o sentido da força, parece que nunca assistiu um único filme da saga para saber que a força nos envolve e nos penetra, não temos escolha e ela também não teve, ela foi forçada a sair de seu planeta, foi escrava, sofreu em uma jornada da qual ela não queria participar, pra chamarem ela de Mary sue, "apenas uma garota forte". infelizmente o fã clube de Star Wars como o de qualquer outra saga é toxico,mas isso é assunto pra depois 
Certo, então o filme acaba  da mesma forma que acaba o episódio V, os créditos sobem e você olha atônito para a tela com uma cara de bobo (chorando dependendo do quão sensível você é) e se pergunta “E agora?”
E tudo isso só começou por que Qui-Gon Din decidiu ir contra o conselho Jedi, e fazer com que Obi-Wan treine o escolhido de Tatooine com todo mundo falando que se isso acontecer, vai dar ruim, ou seja, tudo isso por que não ouviram Mestre Yoda e Mace Windu, mas o jovem Kenobi só estava querendo realizar o último pedido de seu mestre 
Mas, finalizo com uma mensagem da General leia que é
“A esperança é como o sol, se você só acredita quando vê, nunca vai sobreviver a noite”

E se depois de tudo isso, você considerar essa saga como superficial, ou mesmo só uma saga de filmes chata e sem sentido 
“Cada palavra que você acaba de dizer está errada”

Que a força esteja sempre com você

Antologia traz contos de terror de escritores improváveis - via Estadão

The Headless Horseman Pursuing Ichabod Crane - Pintura de John Quidor (1858)

Virginia Woolf, João do Rio e Émile Zola estão entre os autores que exploraram o sobrenatural


O que teriam em comum escritores como os brasileiros João do Rio, conhecido por suas crônicas e textos jornalísticos, e Medeiros e Albuquerque, autor da letra do Hino da Proclamação da República; e os estrangeiros Émile Zola, naturalista francês, o americano Edgar Allan Poe, famoso por seus contos de horror, e a modernista inglesa Virginia Woolf? Em princípio não muita coisa, mas a antologia Contos de Assombro (Carambaia), que reúne 18 contos assinados por escritores de várias partes do mundo (Espanha, França, Uruguai, Rússia etc.), nos mostra que, em algum momento de suas carreiras, todos se renderam ao sobrenatural, ao estranho ou ao inexplicável, os quais ganham múltiplos contornos em seus textos.

A morte e o diabo são, contudo, os grandes protagonistas de boa parte desses contos. Vale notar que nesses textos escritos no final do século 19 e início do 20, o diabo é por vezes personificado na figura da mulher, como no conto Janet, a Troncha, do britânico Robert Louis Stevenson: “– Bruxa! Víbora! Demônio! – exclamou ele. – Eu ordeno, pelo poder de Deus, que vá embora daqui: aos mortos; aos condenados, o inferno!” Outras vezes, é representado pelo índio, como é o caso de O Diabo e Tom Walker, do americano Washington Irving: “dizia-se que ali os índios faziam feitiçarias e realizavam sacrifícios para o espírito do mal”. 

De fato, toda cultura estranha à nossa pode parecer ser ainda hoje assustadora, basta pensar em Donald Trump, que durante a sua campanha proferiu afirmações como esta: “Infelizmente, a esmagadora quantidade de crimes violentos nas nossas grandes cidades é cometida pelos negros e pelos hispânicos.” Essa inverdade continua a ser repetida à exaustão no seu governo. 

Mas nem só de diabo é feito o assombro; o canibalismo e a loucura também têm seu protagonismo. O escritor maranhense Humberto de Campos, no conto O Juramento, consegue um “arrepio de horror” ao descrever como os antropófagos devoraram certa dama, cabendo ao amante estarrecido o seu coração. Para Émile Zola, os selvagens, dignos de medo, são os próprios homens. Ao fugirem do zoológico e andarem pela cidade, um leão e uma hiena se deparam com cenas cotidianas capazes de aterrorizar qualquer um: passando diante da Bolsa de Valores, os bichos ouvem lamentos, súplicas e gritos furiosos, o que leva o leão a concluir que se trata de “um matadouro que deve abastecer todos os açougues do bairro”. 

As três mulheres que integram essa antologia veem o assombro de uma forma completamente diferente. No conto da americana Edith Wharton, o que aterroriza a protagonista são os afazeres domésticos e o marido que “nunca lia nada além de folhetins de aventura e noticiário esportivo”. Para a espanhola Emilia Pardo Bazán, cabe à mulher salvar a alma de um homem diabólico. Já para Virginia Woolf o assombro está no ordinário capaz de provocar epifanias. 

O conto de Edgar Allan Poe escolhido para compor a antologia é por si só um mistério e um assombro, pois muitos acreditam que não tenha sido escrito por ele. O texto de Guy de Maupassant, que encerra o livro, bem poderia ser seu conto mais famoso, O Horla, mas Contos de Assombro foge da obviedade ao escolher do autor um ensaio sobre contos fantásticos que é, na realidade, um elogio a essa literatura, que o avanço da ciência jamais poderia obscurecer. Afirma Maupassant: “o maravilhoso é eterno”; e prossegue: “que importância tem a ciência reveladora se possuímos a poesia criativa! Somos inventores de ideias, inventores de ídolos, fabricantes dos sonhos. Sempre levamos os homens para lugares maravilhosos, habitados por seres estranhos que a nossa imaginação inventa.”

O posfácio, assinado por Alcebíades Diniz, responsável pela escolha dos contos da antologia, começa narrando um fato tão assombroso quanto os que compõem o livro: a morte inexplicável e misteriosa de um grupo de esquiadores soviéticos em 1959. O acontecimento ficou conhecido como o Incidente do Passo Dyatlov e ainda hoje o caso permanece sem solução, comprovando que nem tudo a razão pode explicar.

Nessa antologia, ao lado de autores amplamente conhecidos, como Guy de Maupassant e Robert Louis Stevenson, há outros que, talvez, não sejam muito populares por aqui: esse é o caso, por exemplo, da já mencionada Emilia Pardo Bazán, pioneira na defesa dos direitos das mulheres, do francês Charles Nodier, que deixou uma extensa obra, e mesmo de Medeiros e Albuquerque, cujo conto que fala de loucura é um dos pontos altos do livro. A escolha dos tradutores foi cuidadosa. Integram essa lista, entre outros, Ivone Benedetti, Fábio Bonillo, Maurício Santana Dias e Maria Aparecida Barbosa, os dois últimos especialistas em Pirandello e E. T. A. Hoffmann, que constam da antologia. 

Dirce Waltrick do Amarante traduziu e organizou, entre outros, 'Finnegans Wake (Por um Fio)', de James Joyce (Iluminuras) 

quinta-feira, 12 de julho de 2018

Quadrinhos: Dark Frontier e Horas Escuras


Foram divulgadas pela Red Dragon Publisher uma foto com o primeiro lote do quadrinho Dark Frontier. Série de HQ distópica pós-apocalíptica italiana, escrita por Massimo Rosi e ilustrada por Luca Panciroli. Sua publicação no Brasil está vindo pelo selo Red Dragon Comics. A América que Donald Trump sempre quis atingiu seu ápice: uma grande fronteira, um muro intransponível foi construído para defender o país de invasores e imigrantes. Nada entra e nada sai. Nas décadas em que os recursos acabam, os rebeldes defendem as reservas verdes das indústrias do governo, as pessoas morrem e o cenário se torna pós-apocalíptico. Você não pode deixar os Estados Unidos, pelo menos não vivo. Não deixe para depois e garanta já seu exemplar: http://bit.ly/darkfrontier


Horas Escuras é uma narrativa sombria, uma história tensa que leva a pensar sobre o quanto pode ser perigoso mexer com o desconhecido. Uma criação de Leander Moura (roteiro e arte) e Cristal Moura (arte), leva influências de Edgar Allan Poe e H.P. Lovecraft. Leander foi o criador das ilustrações de vários livros da Editora Clock Tower - como O Rei de Amarelo e O mundo sombrio. Passado e presente se encontram nessa obra, que será lançado na FIQ – Festival Internacional de Quadrinhos 2018 (Quadrinhos Estúdio e Escola de Artes). Interessados podem entrar em contato no e-mail leanderseriousm@gmail.com ou visitar a página do autor no Facebook.



segunda-feira, 9 de julho de 2018

Pulp View: Espada e… Planeta! - via Pulp Feeek

John Carter and the Savage Apes of Mars" Preliminary sketch & watercolor by Frank Frazetta

Olá! Peguem um chá e se acheguem.

Meu nome é João, sou editor da Semana de Fantasia aqui na Pulp Feeek e também sou o sujeito que achou que escrever sobre os milhões de subgêneros de ficção surgidos na primeira metade do século passado seria uma boa ideia.

E bom, o subgênero da vez é o Espada & Planeta, isso mesmo, Espada & Planeta!

Uma voz lá no fundo da sala, depois roer parte das unhas da mão esquerda, levanta e diz: “Mas João o que diabos é Espada & Planeta?”

Você ai no fundo da sala visualize a seguinte cena:

Entre uma coçada de barba e uma xícara de café alguém decidiu que misturar Fantasia e Ficção Cientifica ia ser uma boa ideia, bom assim ficaríamos com o equivalente futurista da Fantasia, a Fantasia Cientifica (que vai ter seu dia também, então nem entrarei em detalhes), mas então na mesma sala, sentado mais ao fundo, comendo uma coxinha e fumando um charuto, outro alguém começa a matutar, meio desconfortável com o sapato apertado, pensa nos autores de sucesso da sua época, em como Asimov foi magistral na sua aventura psicológica imaginando a alma das maquinas e em como H.G. Wells explorou a guerra e a dor humana num cenário nem tão inimaginável assim, ele segue pensa em Dickens, até em Lovecraft, tem algumas ideias sobre como misturar essas coisas, mas esquece de anotar num papelzinho pra desenvolver depois, também se lembrou da Espada & Magia e de como todo mundo adorava um cenário simples e cheio de porradaria, sangue, morte e peitos! Assim nosso outro alguém passou um dia todo pensando e bebendo café, até que o café acaba e no caminho à garrafa de chá ele tem uma epifania:

“Sangue, morte e porradaria with lasers!”

Então sujeito ai do fundo, nem fale nada porque já sei o que vai dizer, “mas João, você explicou como surgiu não o que diabos é E&P (!?)?” calma, não me deixa nem molhar o bico.

Pois não seja inquieto, pra tudo há seu tempo.

A maioria das histórias firmadas nesse gênero segue o seguinte padrão:

1 - Protagonista masculino.

2 - Com algum tipo de recurso cientifico super avançado, como viagem no tempo, um portal quântico (!?), um STARGATE ou uma batata mutante, o nosso protagonista masculino é transportado pra algum outro planeta.

3 - Ele é o único, ou um dos muito poucos, humanos no planeta.

4 - A sociedade nesse outro planeta tem sérios problemas, seja uma guerra devastadora que ruiu os pilares da civilização, ou seja uma civilização que abandonou seu planeta dando espaço pra bárbaros alienígenas florescerem e dominarem tudo.

5 - Nosso protagonista se vê tomando partido, provavelmente por causa de uma fêmea, por uma das muitas facções presente nessa sociedade barbárica, se envolvendo num conflito que poderia ser tranquilamente resolvido com o tipo certo de cerveja.

6 - Nesse conflito ele sofre toda sorte daquilo que você chamaria de “merda”, mas não eu, pois sou educado em boa família, ele sofre toda sorte daquilo que eu chamaria de “inoportunos” em sua jornada pra resolver seu conflito.

7 - Objetivo cumprido, ele fica com a moça derrota o vilão, descobre o tipo certo de cerveja pra trazer a paz, apenas pra que em alguns segundos um verme gigante ataque um bando de alienígenas não tão simpáticos, mas para os quais ele deve um favor.

8 - Repete.

É claro que muitos saiam do padrão em uma ou duas etapas, mas no geral era dessa forma que as histórias eram desenvolvidas.

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Edgar Rice Burroughs foi muito provavelmente, não confio o suficiente nas minhas fontes pra dizer com certeza, o outro alguém da cena mais acima e criador dos 7 passos para o sucesso, ele encontrou espaço para a sua primeira publicação com a série Under The Moon of Mars, publicada nas edições da The All-Story de 1912, durante essa serialização nosso querido Burroughs usou o penname de Norman Bean, assim como muitos autores ele testou a aceitação do publico usando as Revistas Pulp, não era comum para a época o desenvolvimento de histórias tão fantasticamente ridículas, logo era natural o medo que os escritores sentiam ao publicar seus trabalhos escancaradamente aberto á critica, mas com o sucesso da série tudo muda, em 1914 ele tem sua história transformada em livro, dai pra frente é uma escada pra cima e Burroughs se consagra como romancista sem deixar de publicar suas histórias marcianas.

Encontra-se também toda uma gama de autores escrevendo para o gênero, todos à sombra de Burroughs, que vão desde cópias descaradas até histórias muito bem construídas com estilos e temáticas próprias capazes de lhe tomar boas horas de um dia sem causar nenhum tipo de arrependimento, vale citar aqui alguns nomes como Lin Carter que embora tenha recebido mais que um par de críticas por se inspirar completamente na obra de Burroughs para escrever sua série Callisto e Zanthodon, o que muitos consideram uma espécie de homenagem, mostrou todo seu potencial na série Green Star; ainda seguindo no gênero encontramos Gerard F. Conway que assinou seus trabalhos sob o penname de Wallace Moore, com sua série Balzan Of The Cat People que era vendida como o “Tarzan do Espaço Sideral” merecendo uma leitura só pelo alto nível da ação escrita por Conway.

A presença das séries nas Revistas Pulp sempre foi esporádica, com uma quantia maior de textos-testes do que de trabalhos realmente focados pra isso, devido a esse detalhe não se pode encontrar nenhuma revista focada no gênero, mas ele sempre apareceu e até mesmo ganhou seu espaço em gigantes da ficção cientifica, como a Astounding e a Planet Stories ou na própria The All-Story que lançou Burroughs.

O gênero continua sendo escrito e lido, porém seu tempo passou, todo o conteúdo novo pode ser encontrado em fóruns e online magazines, embora um pouco da temática ainda sobreviva na indústria do RPG como o MARS: Savage Worlds da Adamant Entertainment.

Caso tenha se interessado, o trabalho de Burroughs pode ser encontrado no sensacional Projeto Gutenberg http://www.gutenberg.org/ebooks/search/?query=Burroughs