quarta-feira, 16 de julho de 2025

A Temida Guarda Negra da Redentora - via brazil_imperial


Criada após a Lei Áurea, a Guarda Negra da Redentora era um grupo político de militantes monarquistas, formado em sua maioria por negros livres dos centros urbanos, capoeiras, jornalistas, policiais e profissionais liberais, que combatiam violentamente o crescente Movimento Republicano nas Cidades do então Império do Brasil, sob a liderança do chefe capoeira Clarindo de Almeida, e o jornalista José do Patrocínio.

Segundo o Historiador Michael R. Trochim, a Guarda era uma espécie de "Maçonaria Negra" com código de juramento e reuniões secretas, tinha o apoio velado de importantes líderes póliticos do Partido Conservador, como o Conselheiro João Alfredo Correia de Oliveira.

Líderes Republicanos como Rui Barbosa, Silva Jardim, e Rangel Pestana, que foram agredidos por militantes da Guarda Negra nas ruas, acusavam os monarquistas e o Estado Imperial de estimularem uma "Guerra Racial" no Brasil

O Jornal "A Cidade do Rio" e a própria figura de José Patrocínio, passaram a ser identificados pela opinião pública como defensores violentos de uma monarquia em crise.

A Guarda Negra iniciou um verdadeiro culto à princesa Isabel, o chamado isabelismo e se reuniram em torno do Partido Conservador por sua gratidão a Princesa Isabel e o gabinete João Alfredo. Os estatutos da Guarda Negra ordenavam que os negros só trabalhassem em fazendas cujos proprietários não fossem hostis a Isabel e apoiassem o terceiro reinado.

Patrocínio passou a liderar a barreira de proteção à Regente, aparando todas as ofensas e ameaças contra ela.

Patrocínio, que antes condenava a Monarquia como o sustentáculo do Regime Escravocrata, passou a apoiar publicamente a Princesa Isabel, após a assinatura da Lei Áurea em Maio de 1888. Prometeu lealdade e solidariedade a redentora dos escravos como o seguinte juramento de seu grupo militante, a Guarda Negra: " Pelo sangue de minhas veias, pela felicidade dos meus filhos, pela honra de minha mãe e a pureza de minhas irmãs, e, sobretudo, por este Cristo, que tem séculos, juro defender o trono"