sábado, 8 de agosto de 2020

Uma estrela vermelha



Primeira tradução da ficção científica que foi uma prévia utópica do pensamento bolchevique ☭

A primeira obra traduzida da Cartola Editora, que sempre teve foco no autor nacional, descobrindo novos valores e fortalecendo o cenário da literatura brasileira. No entanto, nós decidimos que, sempre que possível, traremos aos nossos leitores obras clássicas, não só de escritores brasileiros, como também de escritores publicados no mundo inteiro. E esse é só o primeiro.

Em 1908, Alexander Bogdanov criou a obra Estrela Vermelha (Красная звезда). O romance de ficção científica descreve a história de Leonid, um cientista revolucionário russo que viaja à Marte para aprender e experimentar a sua ideologia de um sistema socialista. Durante a viagem, ele se apaixona pelas pessoas e pela eficiência tecnológica que encontra neste novo mundo.

O protagonista é também o narrador da história, confessando logo nas primeiras páginas que suas diferenças ideológicas em relação à revolução eram extremas demais para que ele vencesse, refletindo um pouco da história do autor. É nesse ponto que o protagonista, informalmente conhecido como Lenni (esse nome te lembra alguém?), é visitado por Menni, um marciano, disfarçado no planeta Terra. Menni convida Leonid para ajudar em um projeto destinado a estudar e visitar outros planetas, como Vênus e Marte. E é aí que a nossa história começa. Note que a obra foi publicada anos antes da revolução russa, que se iniciou com a derrubada do governo monarquista do Czar Nicolau II e culminou na criação da União Soviética.

O autor em uma partida de xadrez com Vladimir Lenin

Alexander Aleksandrovich Bogdanov, nascido na Bielorrússia, em 22 de agosto de 1873, foi um cientista, economista, filósofo, médico, poeta, escritor de ficção e revolucionário marxista ao lado de Lenin.

Batizado como Alexander Malinovsky, o jovem, ainda era estudante de medicina, quando foi exilado por cinco anos, em virtude do seu ativismo político anti-czrista. Durante o exílio, conheceu e casou-se com Natalya Bigdanova Korsak, assumindo o pseudônimo Bogdanov, como escritor político. Em sua volta ao país, retornou à medicina, sem abrir mão do ativismo político, até ser preso e exilado novamente.

O cientista se uniu ao partido bolchevique, em 1903, tornando-se um dos principais intelectuais do movimento.