Doze vozes gritavam cheias de ódio e eram todas iguais. Não havia dúvida, agora, quanto ao que sucedera à fisionomia dos porcos. As criaturas de fora olhavam de um porco para um homem, de um homem de para um porco e de um porco para um homem outra vez; mas já se tornara impossível distinguir quem era homem, quem era porco. - George Orwell
É com a frase acima que termina um dos livros mais críticos feitos no século passado. Uma fábula que narra alegoricamente a aventura de bichos que, cansados de serem explorados pelo pesado e ineficiente homem, recorrem a uma revolução para se libertar de seus donos e se tornarem donos de si mesmos.
Ao decorrer da história, a sociedade baseada no Animalismo - teoria social baseada nas ideias propagadas pelo velho porco Major - tem constituído princípios que poderiam ser resumidos no lema: "Quatro pernas bom, duas pernas ruim".
Com passar do tempo, os porcos começam a ter certas vantagens e a ditar as regras de modo duro, até que um deles - Napoleão - se ergue baseando em um exército de cachorros amestrados e expulsa e mata seus opositores como o outro porco, Bola de Neve e os animais que o defendiam.
Recorrendo as memórias coletivas para se lembrar se tudo isso era natural da revolução e se a vida era ou não melhor sob o comando dos homens, os bichos menos inteligentes são sempre confundidos por Garganta, porta-voz de Napoleão, que insiste em dizer que as mudanças foram todas benéficas e que os ideais do Animalismo nunca foram modificados.
Escritor inglês sempre lembrado pelo seu profético 1984, George Orwell contribuiu enormemente para a cultura no Ocidente. Foram diversos registros seus sobre o século (da Guerra Civil Espanhola até uma crítica ao Mein Kampf de Hitler) sempre sérios e sinceros, sem nunca esconder o que pensava.
Animado em 1954 pela dupla John Halas e Joy Batchelor, financiados pela CIA, a fábula politica nos lembra que, não importa o quanto se diga que todos os animais são iguais, sempre haverá animais mais iguais que os outros.