domingo, 28 de outubro de 2018

Robert E. Howard - A Filha do Gigante do Gelo da Red Dragon Publisher

Busiek, Nord, Yeates e Stewart
O clangor das espadas havia finalmente desaparecido e os gritos da matança foram abafados; o silêncio jazia sobre a neve manchada de vermelho. O sol pálido sombrio brilhava, emitindo uma luz tão ofuscante sobre a imensidão gelada e as planícies cobertas de neve, que arrancava faíscas prateadas das couraças rasgadas e lâminas quebradas, espalhadas pelo campo de batalha onde os mortos haviam tombado. Mãos sem vida ainda seguravam os cabos de espadas, cabeças que ainda ostentavam elmos metálicos, pendiam para trás em um último momento de agonia na morte, barbas ruivas e douradas apontavam sombriamente para cima, como uma última invocação a Ymir, o Gigante do Gelo, deus de uma raça guerreira. - Robert E. Howard 
Uma das narrativas curtas e mais populares de Conan feitas por Robert E. Howard sem dúvida, é A Filha do Gigante de Gelo

A primeira versão dessa história teve o título de Deuses do Norte (Gods of the North) e foi publicada pela primeira vez na revista pulp Fantasy Fan em março de 1934 e ainda foi renomeada para A Filha do Rei do Gelo (The Frost King’s Daughter). Antes de seu falecimento, Howard lhe deu o nome definitivo e que ficaria para a posteridade.

Fantasy Magazine, March 1934, with "Gods of the North"
Rejeitada como uma história de Conan pelo editor da revista Weird Tales, Farnsworth Wright, Howard mudou o nome do personagem principal para "Amra de Akbitana". Os leitores do autor e seus fãs sabem que, "Amra, o Leão" é um título evocado para fazer referência ao Rei Conan - vide a "A Cidadela Escarlate" e "A Hora do Dragão".

No conto, o cimério é apresentado por Howard como um jovem mercenário que está viajando junto com uma facção de guerra formada pelos aesires de cabelos dourados quando são surpreendidos por uma tropa de vanires. Inexperiente, Conan é o único sobrevivente do conflito de guerreiros, tombando de cansado nas gélidas terras do norte. Quando está prestes a desmaiar ouve uma risada.




Olhando para ele, uma ninfa de pele de marfim com voz "mais musical do que as cordas eloquentes de uma harpa", seminua, coberta apenas com uma fina e translúcida faixa de tecido “não fabricado por tear humano” que acende a luxúria do jovem, desdenhando dele por muitas vezes, o que o faz sair em sua perseguição tomado pela raiva e frustração. Acontece que ele é levado para uma emboscada armada pelos “irmãozinhos” da jovem, dois gigantescos nórdicos. Conan os vence e parte para se vingar da traidora, mas ela não é exatamente o que parece ser...

A história foi também adaptada para quadrinhos em Conan the Barbarian #16 (Marvel Comics, Julho de 1972), The Savage Sword of Conan #1 (Marvel Comics, Novembro de 1977) e em Conan #2 (Dark Horse Comics, Março de 2004), todas já publicadas no Brasil pelas editoras Abril e Mythos e quase levada para os filmes. Ela seria o o prólogo do filme, nunca produzido, Rei Conan: Coroa de Ferro (King Conan: Crown of Iron), que seria a sequência imediata para o clássico Conan, o Bárbaro (Conan the Barbarian, 1982), escrito pelo roteirista e diretor John Milius.



Para mais detalhes e conhecer mais o personagem, a Red Dragon Publisher trás um ebook de 71 páginas que, além da narrativa, ainda contém também o ensaio A Era Hiboriana e o poema Ciméria.