quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

Livraria Cultura compra e-commerce de livros Estante Virtual - via Folha de SP


A Livraria Cultura anunciou nesta terça-feira (26) a compra da plataforma on-line Estante Virtual.

A Estante Virtual, que se denomina um marketplace de livros, ou seja, um vendedor on-line de produtos de terceiros, possuí 4 milhões de clientes cadastrados e 17,5 milhões de livros vendidos. Estando no mercado há mais de dez anos como um portal de venda de livros novos e usados.

Em um comunicado, o presidente da Livraria Cultura e da Fnac Brasil, Sergio Herz diz que As práticas da Estante convergem com os valores da Cultura, uma empresa que começou justamente alugando livros novos e usados, como quis minha avó, Eva Herz.

Os valores envolvendo o trespasse não foram divulgados.

A Livraria Cultura faz mais uma jogada no meio digital. A empresa passou a cuidar das operações e-commerce da Cnova, rede que reúne Casas Bahia, Ponto Frio e Extra. As três lojas sempre venderam livros populares, como os religiosos, os voltados a saúde e autoajuda. Neste ano também comprou a operação brasileira da Fnac, multinacional francesa com 12 lojas em sete Estados, encerrando os boatos que circulavam há anos no mercado, de que a Cultura e a Saraiva preparavam uma fusão. A rede brasileira somada com a rede francesa, por sua vez, tem agora 30 livrarias no país (a Saraiva tem 99, possuindo 20% do mercado).

A notícia surpreendeu o mercado na época em razão da situação financeira delicada da Cultura, a terceira no segmento livreiro no país.

Apesar do anúncio de compra, a operação Fnac/Cultura envolveu uma injeção de recursos por parte da própria Fnac, que pagou para que a Cultura assumisse a subsidiária da multinacional no Brasil. Ao passar a empresa para a frente, os franceses da Fnac estariam se livrando de arcar com os custos ligados ao fechamento. Seguindo a mesma lógica, o negócio com a Estante mostra que a Cultura, apesar das notícias de fragilidade financeira, estaria ainda em uma situação considerável.

Para a Cultura, os acordos significam uma chance de elevar escala, aprimorar distribuição e fortalecer sua atuação na internet. A empresa projeta um aumento de mais de 60% nas transações on-line nos próximos dois anos.

A aquisição da Estante é também uma forma de a Cultura se aproximar da concorrente Amazon, que, em abril, começou a vender livros novos e usados em seu site no Brasil.

Após um 2016 com resultados negativos, em 2017, no acumulado do ano até novembro, o mercado de livros cresceu 5,89% em volume e de 6,63% em valor na comparação com o mesmo período do ano anterior.