Especial Círculo das Ideias (Conto por Conto): O mundo sombrio de Robert E. Howard #10: ''O Espírito do Anel''

QUANDO ENTREI no escritório de John Kirowan, eu estava absorto demais em meus próprios pensamentos para notar, a princípio, a aparência abatida de seu visitante, um grande e belo jovem bem conhecimento por mim. - Robert E. Howard

Ilustração de Leandro Moura

Um adaga do Egito Antigo, um homem atormentado por acreditar em vidas passadas, três tentativas de assassinato, a demência de uma mulher e um anel amaldiçoado: todos os elementos estão ai, soltos. Ninguém precisa se aprofundar neles para saber qual é o enredo desenvolvido.

Três amigos estão reunidos em um escritório. Começam a falar de suas vidas respectivamente, até que um confessa estar passando por alguns problemas em casa: sua mulher tentou mata-lo, e, como se não bastasse, não se lembra de nada.

Traduzido por Pedro Henrique Toledo, a história de 1934 se percebe a mistura todos os elementos dos contos anteriores. As viagens pela Hungria que se registram no conto A Pedra Negra, o espiritismo focado principalmente nas histórias O Povo das Trevas, Os filhos da noite e O povo pequeno, o pacto com o diabo de Não cave meu Túmulo e a Ásia de As Mordidas do Urso Negro.

O AUTOR

Robert E. Howard nasceu em 1906, em Cross Plains, Texas, Estados Unidos. Criador de personagens variados como Conan, o bárbaro, Bran Mak Morn e Solomon Kane, fundou o que hoje é chamado de gênero literário ''Espada e Magia''. Influenciado pelo conceito de G.K Chesterton de ''história condensada'' que ''o valor principal da legenda para misturar os séculos, preservando o sentimento" ele cria a Era Hiboriana que une as eras históricas e culturais de maneira ampla: Europa medieval (Aquilônae Poitain), à fronteira americana (a imensidão picta e suas fronteiras), e dos cossacos (Kozaki) aos piratas elisabetanos (Free Broterhood). Autor de narrativas cheias de ação, magia e selvageria, se notabilizou no início do século XX como um dos expoentes da literatura nas Revistas Pulp. Se suicidou em 1936 após saber que sua mãe caiu em um coma terminal, deixando um grande legado literário.