segunda-feira, 10 de fevereiro de 2020

"O Vampiro", edição comemorativa de 200 anos está no ar no Catarse


Livro comemora os 200 anos do primeiro conto de vampiro em edição com 230 páginas de extras


As editoras Aetia e Sebo Clepsidra se juntam em uma campanha de financiamento coletivo de uma edição que comemora os 200 anos da publicação do conto "O Vampiro" (1819), de John William Polidori.

A obra permanece relevante por tratar-se do primeiro conto vampírico inglês e pelo fato de seu vilão, Lord Ruthven, ser o primeiro vampiro masculino da literatura inglesa. Foi Ruthven o protótipo da longa tradição de vampiros aristocráticos e fatais, que inclui Sir Francis Varney, Conde Azzo von Klatka e Conde Drácula.

O bicentenário da publicação do conto é de extrema importância para o desenvolvimento de um dos ramos mais longevos da tradição gótica: a narrativa centrada na ameaça representada por um vampiro aristocrático. Podemos nos perguntar, por exemplo, quantas personagens masculinas conhecemos da literatura vampírica anterior a Lord Ruthven, o vampiro de Polidori. diz Cid, um dos responsáveis do Sebo Clepsidra

As histórias da gênese e da trajetória do conto são fascinantes, e serão devidamente destrinchadas no livro, que conta com organização de Marina Sena.

"O Vampiro" foi baseado no esboço de narrativa que Byron escreveu para o célebre concurso de histórias de fantasmas proposto em Villa Diodati. O conto de Byron, entretanto, conhecido como “O Fragmento”, ficou inacabado. Foi neste concurso que também nasceram os primeiros rascunhos do romance Frankenstein (1818), de Mary Shelley.

Trabalhando na época como médico particular do poeta, Polidori teve uma tumultuada relação com seu patrão e, ao retomar o manuscrito incompleto, decidiu construir seu vampiro como uma caricatura de Byron.

Polidori, Byron e Nodier

O conto foi publicado em 1819 por um editor que, de maneira oportunista, o atribuiu ao lorde. Impulsionado pela falsa autoria, "O Vampiro" foi calorosamente acolhido na França, onde foi traduzido por Henry Faber, inspirou uma continuação por Cyprien Bérard em formato de romance, além de ter sido adaptado para o teatro com estrondoso sucesso por Charles Nodier e colaboradores.

Na Alemanha não foi diferente. Em 1828, Heinrich Marschner compôs uma ópera baseada no drama de Nodier, e, entre 1828 e 1835, nada menos do que quatro narrativas com o título "O Vampiro" foram publicadas. Entre elas, a novela de Isidor, sobre quem existem pouquíssimas informações, destacou-se por incluir reflexões um tanto metalinguísticas sobre a nascente temática vampírica nas artes.

Para celebrar seu bicentenário e disponibilizar aos leitores e pesquisadores brasileiros as obras, as cartas, os trechos de diários e as resenhas que registram a gênese do vampiro fatal na ficção, ofereceremos uma nova tradução do conto de Polidori acompanhado de cerca de 230 páginas de extras, para o deleite dos aficionados pelas sanguessugas mais charmosas da literatura gótica.

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