Hoje falarei sobre Logan... Eu sei que poderia escrever uma análise do filme, mas todos vocês já estão sabendo que Logan é excelente, triste e intensamente tocante. Então, pensei: "o que posso dizer sobre esse filme que ainda não disseram? O que posso acrescentar?". Portanto, hoje as coisas serão um pouco diferentes... Farei uma singela reflexão sobre a obra cinematográfica e espero que nós consigamos compartilhar do mesmo sentimento, da mesma sensação... Então, vamos lá!
O filme se trata do quanto a nossa dor, seja ela qual for, consegue inibir o nosso amor e nosso afeto, e também do quanto nosso amor e afeto conseguem inibir essa mesma dor... É uma relação estranha, mas ao mesmo tempo presente em certos momentos de nossas próprias vidas. Logan estava extremamente machucado, não apenas por fora, mas principalmente por dentro, e isso o tornou amargo. Mas eu pergunto: reagiríamos de forma diferente?
Quando estamos feridos, nossos pensamentos são distorcidos pela dor, em outras palavras, não pensamos direito. Machucados, fazemos de tudo, inclusive o desnecessário, para nos mantermos seguros de certa forma. O grande problema é que nos isolamos do mundo e, ao fazer isso, nos afastamos daquilo que mais importa: o amor. Variando de pessoa, essa proteção contra o amor pode vir em forma de raiva, ira, isolamento, quietação e todos os tipos de comportamentos estranhos. Logan mostra diferentes comportamentos ao longo do filme, o que mostra seu isolamento a qualquer possível afeto.
O grande problema em afastar-se do afeto é que nos tornamos outra pessoa. Na maioria das vezes, conseguimos escapar ilesos desses momentos, mas às vezes acabamos nos afundando mais e mais. Quando finalmente reparamos, estamos presos num buraco que nós mesmos cavamos.
Enterrados e destruídos, perdemos a esperança em qualquer tipo de melhoria e superação. E é aqui que voltamos ao começo do texto: sabe aquilo que nos afastamos devido ao medo de magoar-se novamente? Aquele sentimento único e especial que deixamos para trás para supostamente nos protegermos? Pois é... Nesse momento, a única coisa que pode nos curar é a mesma coisa que no início desejamos tanto nos afastar: o amor.