quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

"Ó Admirável Mundo Novo, que possui gente assim!" - Admirável Mundo Novo - Aldous Ruxley

Imagem tirada do site Serious Wonder
Você já sentiu um gosto de vida controlada em nome do bem social? Já sentiu que o mundo a sua volta parece uma gaiola de felicidade? Ou um manual da vida perfeita? 
Num mundo desses, todos deveriam ler "Admirável Mundo Novo", de Aldous Huxley. Membro de uma família da elite britânica, envolvida com discussões que iam da teologia ao darwinismo, Huxley inventou esse mundo admirável para denunciar o risco das utopias (o sonho de um mundo perfeito).
Sua distopia (o contrário de uma utopia) descreve um futuro horrível fruto de uma utopia que deu errado. Essa utopia é o projeto utilitário. O utilitarismo é a escola ética de maior impacto no mundo contemporâneo, pois elegeu como princípio maior da vida a eliminação do sofrimento e a otimização do bem-estar.  
Sempre preocupados com a administração pública, os utilitaristas imaginaram um mundo sem contradições. Por isso, em nome da felicidade, sacrificariam a liberdade. Bem-vindos ao nosso mundo. - Luiz Felipe Pondé

No ano 2450, o Estado do Mundo estabeleceu uma sociedade perfeita. Dividida por castas através de engenharia genética, drogas e lavagem cerebral, Aldous Huxley nos apresenta seu mundo admirável: um Estado totalitário e eficiente que em que todos os processos moldam o homem a partir do seu desejo. Os poderosos líderes políticos e seu exército de treinadores controlam uma população de escravos que não precisam mais de família, valores e que beiram a imortalidade de modo desumano.

Um mundo onde as religiões fundadoras e influentes no pensamento Ocidental (islamismo, judaísmo e cristianismo) foram extintas, substituídas pelo racionalismo mecânico de Ford e mental de Freud, onde a obra de Shakespeare adquire tons revolucionários.



Escrito em 1932, Huxley nos advertiu de várias coisas. O soma (droga criada para manter a pessoa feliz que se tem muitas semelhanças com o antidepressivo), o método Processo Bokanovsky (que permite a produção em massa de seres humanos através de Fertilização in Vitro, permitindo que em um único óvulo sejam fecundados 96 gêmeos) e a desumanização do ser humano em relação a sua dependência da tecnologia e a exacerbação do sexo (Cada um Pertence a Todos).

Leitura obrigatória para entender o mundo moderno, Huxley nos lança a seguinte pergunta depois de 80 anos do lançamento de seu livro: avançamos cada vez mais para o nosso fim?