domingo, 10 de setembro de 2017

Diferenças do medo - Contos de Horror do Século XIX por Alberto Manguel

Crepúsculo de Oswaldo Goeldi, 1950

Começou a ser reimpresso mês passado a antologia de Contos de horror do século XIX do escritor Alberto Manguel que reuniu, especialmente para o público brasileiro, narrativas da "fina flor do medo". Livro de 2005, foi considerado um dos livros mais raros do país no gênero, chegando a valer em sites de usados mais de R$ 300,00 (preço que caiu vertiginosamente para R$75,00 [quando foi publicado o livro custava R$ 39,50]).

Com trinta e três contos que procuram chacoalhar o leitor não só com o medo mas sim com fortes emoções, Manguel não se contenta apenas com os mestres mais conhecidos do gênero, como Henry James ou Guy de Maupassant: ele trás autores totalmente desconhecidos do público alvo ou que nunca chegaram a ser publicados como Lamed Schapiro e Thomas Hardy.



Uma versão menor foi disponibilizada em 2012, fazendo parte de um volume da Coleção De Mão em Mão - uma iniciativa da Secretaria Municipal de Cultura em parceria com a Fundação Editora da Unesp e a Imprensa Oficial do Estado de São Paulo para incentivar a leitura. Histórias de Horror, extrai do volume os contos de Joseph Conrad, Ambrose Bierce, Arthur Conan Doyle, Robert Lois Stevenson, Horacio Quiroga e Edgar Allan Poe. Para fazer download desse livro, é só clicar aqui.

Alberto Manguel diz na introdução que há uma diferença entre as histórias de terror, que seria algo mais explícito, e as de horror, onde o que predomina é a incerteza e o poder do inominado, lembrando que foi na Segunda Guerra Mundial (hoje um dos acontecimentos históricos que mais desperta a curiosidade de muitos, apesar de constituir-se de episódios terríveis e exemplos de sadismo) que esses termos foram definitivamente divididos. O inferno dos medievais se tornou real nas mãos dos nazistas: vísceras, sangue e brutalidade - marcas que vão permear a literatura até hoje (segundo o autor, a prova de nosso ódio e a falta de fé na imaginação).