Em 1861, ainda extasiado após a leitura de dois contos de Edgar Allan Poe, Dostoiévski escreveu um texto, publicado no periódico Vremia.
No texto, o russo se refere a Poe como “um escritor particularmente estranho, embora de grande talento”, e ainda enfatiza o quanto ficou impressionado com a forma como o autor utilizava elementos sobrenaturais, sempre manifestados sobre uma base realista.
Segundo o escritor de “Crime e Castigo”, Poe tomava a realidade mais extraordinária, punha seu herói na situação mais anormal e, com perspicácia e precisão, relatava o estado de alma dessa pessoa.
Dostoiévski ainda destaca a riqueza de detalhes presente na imaginação de Poe e a habilidade do contista na construção de suas histórias, que sempre refletiam a realidade e a humanidade.
Agora conta pra gente: se o próprio Dostoiévski era fã, quem somos nós para não nos encantarmos com os contos de Poe?