O maior escritor do Brasil era preto, doente e pobre.
Machado de Assis é um milagre para o nosso país.
Ele jamais conseguiria pagar por seus estudos. Mas um padre amigo da família o alfabetizou.
Perdeu a mãe e a irmã muito cedo. Perdeu o pai pouco depois. Ficou só com a madrasta.
Tinha de trabalhar.
Começou a vender doces na porta de um colégio para garotas. As freiras, olhando aquele menino que tentava espionar pela janela, não o repreenderam, mas deixaram que esse aluno inesperado pegasse o que podia daquelas aulas.
Pouco depois, conhece um dono de padaria que tinha muito afeto pelo garoto. O dono da padoca era francês. E o que ele faz? Ensina francês ao garoto pobre, que depois viria a traduzir Os Trabalhadores do Mar, do escritor francês Victor Hugo.
Machado lia na barca de volta para casa os livros que conseguia pegar emprestado. Na adolescência, costuma ficar na vitrine de uma livraria admirando os livros e os intelectuais cariocas que ali se reuniam.
O dono da livraria? Francisco de Paula Brito. Ele o convida a entrar na livraria. Oferece-lhe um trabalho na tipografia.
Acredito que Machado de Assis, um cético, foi formado pela Providência Divina e pela generosidade de um povo.
O bem feito por esses desconhecidos não ajudou apenas o jovem Machado. Ajuda eu e você, hoje, mais de 100 anos depois.