Tistu é um nome esquisito, que a gente não acha em calendário algum, nem do nosso país nem dos outros. Não existe um São Tistu. - Maurice Druon
Aqueles que procuram um livro literário, esqueçam: O menino do dedo verde é a mais bela poesia tecida durante o renascimento da cultura francesa do pós-guerra. Acadêmico e com romances históricos consagrados (além de seu histórico de luta pela liberdade) o já falecido Maurice Druon (1918-2009) não esquece a flexibilidade, a competência e o lirismo.
Conhecido mundialmente por sua única obra infanto-juvenil, Tistou les pouces verts (O menino do dedo verde), publicada em 1957 pela José Olympio, com tradução do monge beneditino Dom Marcos Barbosa, traça uma narrativa com a pena da inocência e a tinta da reflexão. De alma candida, ele apresenta Tistu, um personagem que possuí um dedo verde - uma espécie de Midas das plantas.
Lado a lado: O Pequeno Príncipe (1943) de Antoine de Saint-Exupéry e O menino do dedo verde (1957) de Maurice Druon |
Por muito tempo foi comparado com O Pequeno Príncipe de Exupéry, enquanto um se prende a uma mitologia definida e limitada (o meteoro, o planeta, a amizade: a intemporalidade), o outro dialogá com a sociedade e suas contingências ideológicas (da poluição, da hostilidade, do desentendimento e da dúvida).
O polegar verde, o talento oculto: todos nós temos. Mas são raros aqueles que o notam: só os bons o desenvolvem completamente. Quase que evangélicamente, Druon nos presenteou com o que há de melhor na literatura e na humanidade: o sentimento de esperança figurados em um menino em uma fábula dos tempos de Guerra Fria.
O polegar verde, o talento oculto: todos nós temos. Mas são raros aqueles que o notam: só os bons o desenvolvem completamente. Quase que evangélicamente, Druon nos presenteou com o que há de melhor na literatura e na humanidade: o sentimento de esperança figurados em um menino em uma fábula dos tempos de Guerra Fria.