Estou parada diante do meu closet há pelo menos meia hora. Não importa quantas vezes eu revire minhas roupas, não encontro nada à altura do Dia da Escolha. Todo jovem de 17 anos e de classe alta está se aprontando para o grande momento e fico me questionando como eles se sentem. Não sei que roupa vestir, que penteado usar e, principalmente, não faço ideia da profissão que irei escolher. Sei que tive toda a minha vida para tomar essa decisão, mas não foi o suficiente. - Thati Machado
Kamisha é uma negra criada por brancos. Em uma sociedade estereotipada e cheia de aparências, chega o grande dia: ela tem que escolher a profissão que irá trabalhar para a vida inteira. Nervosa, ela diz para todos: quer trabalhar como supervisora júnior do governo no Projeto Bebê Ideal (um projeto governamental onde decidem quem é o bebê ideal para cada família).
Conto narrado cheio de estereótipos, Thati Machado nos apresenta uma sociedade onde a perfeição é buscada a todo o custo e erros são acobertados a todo o custo. Dialoga com o real ao colocar manifestações contra o governo e as tentativas de melhorar as instituições governamentais do país fictício Basilika.
A moralidade da narrativa está em comprometer sua liberdade pelas quais acreditamos estarem certas, mesmo pagando autos custos por essa crença.
A moralidade da narrativa está em comprometer sua liberdade pelas quais acreditamos estarem certas, mesmo pagando autos custos por essa crença.