Condão: capacidade, poder, dom, faculdade, virtude ou qualidade - Giordano Mochel Netto
Muitas pessoas falam sobre a ficção cientifica brasileira. A quem diga que ela não existe - que no Brasil o que mais se desenvolve é o gênero fantástico. Com o passar do tempo notamos que isso está mudando aos poucos. Robocop dirigido pelo José Padilha, o sucesso de 3% na Netflix são sintomáticos: o brasileiro está consumindo e produzindo sci-fi.
Um dos mais famosos livros nacionais desse gênero foi publicado pela Novo Século. Condão nos apresenta personagens interessantes, além de ter temas atuais: modificação genética, o conflito inevitável entre a máquina e o homem.
Em uma visão futurista (ou não) temos o autor apresentando programadores que não conseguem decifrar as máquinas (coisa que aconteceu atualmente pelos computadores do Google), lentes de contato que tem tantas coisas que se assemelham muito a computadores (como a anunciada pela Samsung) e outras coisas que surgem ao nosso redor com o passar do tempo dando grande credibilidade a obra.
Com um ritmo cadenciado, Giordano Mochel nos apresenta um romance de qualidade ímpar, numa mistura de Ernest Cline barulhento com um Ruxley do século XXV. Nela, o cenário futurístico faz parte do dia a dia do jovem Edwardo, um programador virtual, que tem a vida destabilizada ao presenciar involuntariamente o assassinato de dois jovens por drones responsáveis pela segurança pública. Ao lado de sua namorada biogeneticista Sílvia e seu amigo Jânio, professor de História Moderna e especialista na Teoria do Condão. Juntos eles atravessam o Brasil para descobrir intrigas e coisas que podem abalar essa sociedade perfeita.