No fim de toda batalha, não é o sangue no chão que mais pesa.
É o silêncio depois do grito.
A ressaca da guerra chega como um frio que atravessa a armadura,
um vazio que raspa por dentro
e sussurra que alguma parte de você ficou no campo. Caída, esquecida, morta.
Mas o que mais dilacera não é perder algo.
É perder a ilusão.
Aquela mentira doce que você embalou como verdade,
a esperança que você aqueceu no peito
como se fosse fogo real.
Porque quando a guerra vai embora, você sente falta da luta.
Mas quando a ilusão cai, você sente falta de você mesmo.
É um luto mais profundo, mais cruel.
É a morte de uma história que nunca existiu,
mas que você viveu com toda força.
E é por isso que dói tanto agora.
Porque a guerra que você travou não foi contra monstros de ferro,
nem contra exércitos inimigos.
Foi contra as sombras dentro do seu próprio peito.
E sobreviver a isso… mais um dia.
é a vitória mais amarga de todas.
Mas também é a única vitória que realmente te liberta.
