sexta-feira, 2 de setembro de 2022

O tríplice ofício - via Tolkienianos


Certa vez Tolkien leu um artigo entitulado “Kingship, Priesthood, and Prophecy in The Lord of the Rings.” (Realeza, Sacerdócio e Profecia em O Senhor dos Anéis), escrito pelo professor Barry Gordon. Tolkien concordou com o fato de haver em sua obra a representação dos três ofícios de Cristo, centrais para a salvação do mundo.

Cristo como Profeta, nos revela a vontade e a pessoa de Deus. Como Sacerdote, é nosso mediador diante de Deus, oferecendo a si mesmo, uma só vez, em sacrifício para satisfazer a justiça divina e nos reconciliar com o Pai. E como Rei, ele governa como o vice-regente do Pai sobre o mundo, protege o seu povo e conquista sobre seus inimigos.

Cristo possui a função de profeta ao revelar Deus ao mundo, “Senhor, vejo que és profeta” (João 4:19) - Da mesma forma encontramos em Gandalf a revelação da missão salvadora e o conselheiro “espiritual” diante das dúvidas e dificuldades.

Cristo surge como um rei desconhecido e a profecia revelada é cumprida “Ele reinará para sempre sobre o povo de Jacó, e seu Reino nunca terá fim”. Da mesma forma Aragorn aparece e cumpre a antiga profecia “O sem coroa reinará”.

Frodo também é como Cristo, coroado primeiramente através dos espinhos em seu livre sacrifício, carrega sua Cruz até o topo do Calvário.

A sabedoria de Gandalf, a liderança de Aragorn e o sacrifício de Frodo possuem a mesma importância para a salvação da Terra Média e de todos os povos.