A miscigenação que largamente se praticou aqui corrigiu a distância social que
de outro modo se teria conservado enorme entre a casa-grande e a mata
tropical; entre a casa-grande e a senzala. O que a monocultura latifundiária e
escravocrata realizou no sentido de aristocratização, extremando a sociedade
brasileira em senhores e escravos, com uma rala e insignificante lambujem de
gente livre sanduichada entre os extremos antagônicos, foi em grande parte
contrariado pelos efeitos sociais da miscigenação.
A índia e a negra-mina a princípio, depois a mulata, a cabrocha, a quadrarona, a oitavona, tornando-se caseiras, concubinas e até esposas legítimas dos senhores brancos, agiram poderosamente no sentido de democratização social no Brasil. Entre os filhos mestiços, legítimos e mesmo ilegítimos, havidos delas pelos senhores brancos, subdividiu-se parte considerável das grandes propriedades, quebrando-se assim a força das sesmarias feudais e dos latifúndios do tamanho de reinos.
Tal trecho corrige as imprecisões sociológicas expostas na matéria linkada.