A névoa sobre o mar de manhã junto aos penhascos ao largo de Kingspot; branca e leve, ela vem das profundezas para encontrar suas irmãs, as nuvens, cheia de sonhos de pastos úmidos e cavernas gigantes. E mais tarde as chuvas de verão vertem gota a gota sobre os telhados encharcados dos poetas, espalhando partes desses sonhos, já que os homens não devem viver sem rumores de segredos antigos e estranhos e sem os prodígios que os planetas - H.P. Lovecraft
Em um conto onírico e quase infantil comparado ao resto da sua obra, H.P. Lovecraft nos entrega, talvez, seu lado mais "meigo". Escrito em 9 de novembro de 1926, foi publicado pela primeira vez na edição de outubro de 1931 da revista Weird Tales.
Provavelmente baseado nas Crônicas de Rodriguez de Lord Dunsany (autor por esse muito admirado), o conto narra as aventuras do professor de filosofia Thomas Olney (personagem que chama a atenção pelo fato de ser casado [a maioria dos personagens de Lovecraft são solteiros, cultos e homens]) que decide investigar a origem de uma casa localizada em um penhasco, lugar conhecido por nunca ter sido visitado.
Ao subir ele se depara com uma surpresa: a casa é encantada, habitada por fantasmas, que guardam a comunhão entre as brumas do mar e as nuvens do céu, sendo assim, um ponto de encontro entre as ondas e as nuvens.
No final se descobre que depois da experiência Thomas não fica louco: trabalha normalmente, cria seus filhos, vive a vida cada dia de uma vez, mas deixou seu espirito no estranho local. Netuno e Nodens são citados e desenvolvidos.
O conto também faz referência direta ao conto O velho terrível onde um personagem em questão faz aparições chave em ambos.